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25 A produtividade florestal do Brasil é a maior do mundo, entretanto este mercado é dominado pela China e União Europeia (40,4% e 27,7%, respecti- vamente), com mais de 70% do mercado de expor- tação mundial de móveis de madeira. Investimento em ativos florestais Outra análise feita é sobre a importância de as empresas investirem em ativos florestais próprios, em especial em períodos de valorização cam- bial. “Os ativos florestais próprios proporcionam estabilidade na matéria-prima, tanto em qualidade como em preço; garantem a exploração adequada do plantio florestal e, em situações de necessidade de formação de caixa, podem ser utilizadas para liquidação de ativos”, analisa José Mauro. No entanto, embora a maioria dos empreende- dores reconheça a necessidade de se obter áreas próprias para o plantio de florestas, a carência de recursos financeiros, a elevação do preço da terra e o longo período de maturação do investimento dificultam a realização deste tipo de investimento no curto prazo. “O preço da terra é um componen- te importante do custo de produção florestal. Ao se retirar o custo da colheita que ocorre, logica- mente, no final do projeto, o custo do aluguel da terra é aproximadamente igual ao somatório das despesas silviculturais e dos gastos gerais”, alerta José Mauro. “Esta expansão demanda um capital monetário que poderia ser utilizado para investi- mentos em máquinas e equipamento que aumen- tassem a produtividade da fabricação dos móveis, aumentando a nossa competitividade no mercado externo e interno”, alerta. Por outro lado, ainda que o Brasil continue sendo um grande produtor de madeira, a necessidade de madeira adequada ao melhor aproveitamento no setor moveleiro em termos de diâmetro e qualida- de a torna um produto específico para o setor, e necessita de maior atenção aos plantios florestais com destino ao setor moveleiro. “Atualmente, em função do longo período de maturação do inves- timento e da competição com lavouras (principal- mente, soja), o investimento florestal tem perdido competitividade e as áreas de florestas provenientes de produtores independentes estão diminuindo, o que coloca o setor em alerta”, explica o pesquisador. Estas especificidades do sortimento adequado às empresas moveleiras somadas à elevação do valor da terra dificultam a obtenção de autossuficiên- cia por empresas de médio e grande porte. Outra dificuldade que algumas empresas enfrentam é o consumo de madeira de florestas próprias todo ano, visto que seria necessário ter áreas em idade de colheita todo ano. As empresas possuem plantios florestais próprios e os utilizam na sua produção, mas a proporção de madeira própria e de mercado a cada ano pode variar em decorrência do próprio desenvol- vimento de seus plantios. Uma forma apontada pelos pesquisadores para fomentar este desen- volvimento e ao mesmo tempo o setor moveleiro, seria substituir a busca de recursos para ampliar a produção própria de madeira para móveis por Foto:DaviEtelvino-ACR
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