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26 um instrumento de organização da produção via contratos de parceria com os pequenos produtores florestais e/ou suas associações ou cooperativas. O fortalecimento das relações de mercado dos pequenos e médios produtores florestais com as empresas consumidoras de madeira para móveis e outros produtos de maior valor agregado per- mitiria um maior desenvolvimento da região, pela valorização da produção florestal destes produto- res, manutenção da oferta de madeira ao polo mo- veleiro e redução da necessidade de investimentos em plantios florestais, possibilitando maior foco na elevação de produtividade do processamento da madeira e produção dos móveis. Caracterização do polo de SãoBentodoSul O polo conta com 391 empresas e mais de 6.500 empregos diretos, destinando cerca de 80% da sua produção para o mercado externo. A região Sul do Brasil é responsável por mais de 44% da produção de móveis do Brasil, sendo Santa Catarina o quinto maior produtor nacional em número de peças. Já o Estado de Santa Catarina conta com cerca de 4,1 mil pequenas e médias propriedades rurais na cadeia produtiva florestal estadual, com a oferta de toras de pinus para a indústria madeireira, demons- trando o acesso que tais produtores possuem a este mercado de maior valor agregado dentro da cadeia produtiva florestal na região. Ainda segundo estes dados, os pequenos e médios produtores rurais de Santa Catarina (propriedades entre 5 e 500 hecta- res), representam 90% das propriedades que oferta- ram madeira em tora de pinus para outras finalida- des, participando com 31% da quantidade produzida e 26% do valor da produção deste produto, sendo significativa sua participação neste mercado. Isso mostra o potencial de geração de renda e dinamização das propriedades rurais com produção florestal ao transacionar produtos com o segmento de processamento de madeira na região, compondo uma cadeia produtiva florestal completa e madura. Desenvolvimento Social A despeito das dificuldades enfrentadas pelo setor, especialmente na área estudada, o estudo frisa a importância do polo moveleiro para o desenvolvi- mento da região. Tal atividade econômica está presente na microrregião de São Bento do Sul desde o início de sua colonização na década de 1950. “Ao estudarmos a correlação espacial entre o desenvolvimento do setor moveleiro nos municí- pios, dado pelo número de empregos gerados, com o desenvolvimento dos municípios e de seus vizi- nhos, mensurados pelo Índice FIRJAN de desenvol- vimento, é possível ter uma ideia da contribuição do setor moveleiro no desenvolvimento de seus próprios municípios e de seus vizinhos”, diz o pesquisador Jonas Irineu dos Santos Filho. Economia O Estudo da Embrapa O foco do estudo realizado pela Embrapa foi o setor moveleiro da microrregião de São Bento do Sul-SC, e teve como objetivo a caracterização do setor dentro da cadeia produtiva florestal, e sua participação no desenvolvimento econômico da região. O trabalho foi realizado pela Embrapa por solicitação do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil) e a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR). Para o estudo, os pesquisadores José Mauro Magalhães Ávila Paz Moreira e Jonas Irineu dos Santos Filho realizaram entrevistas presenciais com integrantes da cadeia produtiva movelei- ra, bem como a análise de dados secundários disponíveis em bases de dados públicas e relató- rios setoriais, com o intuito de delinear a cadeia produtiva da região nos últimos anos, bem com sua participação nas exportações e a geração de empregos na economia brasileira. Vinte agentes da cadeia produtiva foram entrevistados para realização do diagnóstico, sendo 13 empresas do setor moveleiro, três serrarias, uma empresa de energia renovável e três instituições representati- vas dos setores florestal, madeireiro e moveleiro.

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