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58 BED REPORT É provável que jamais em sua história, a indústria colchoeira nacio- nal tenha vivido tempos tão confu- sos quanto o que vive agora. É o que poderia se chamar de “tempestade perfeita” quando se junta a pandemia do coronavírus, o isolamento social, o retorno das ati- vidades da indús- tria e do varejo, a alta demanda de consumo e a escassez de matérias-primas. Rogério Soares Coelho, Presidente da Abicol, observa que “o setor colchoeiro mundial passa por um momento sem precedentes na história: a de- manda por colchões aumentou expressivamente, assim como o preço dos insumos e das matérias- -primas na mesma proporção. Seja por redução da oferta desses produtos no mercado mundial ou não, ocorre que a quarentena paralisou impor- tantes fontes de fornecimento de insumos e de matérias-primas. Barreiras sanitárias impediram o fluxo da logística globalmente. Sem produção, sem circulação, sem faturamento. Uma combina- ção bombástica”. Rogério considera que a recente introdução de tarifas antidumping de sete países sul asiáticos, que serviam de porta de saída de colchões chine- ses para os EUA, deverá no curto prazo, pressio- nar ainda mais a oferta de insumos, pois a pro- dução doméstica norte-americana irá crescer de forma considerável. O presidente da Abicol destaca que “em diversos casos, a indisponibilidade de matérias-primas tem interrompido a produção de colchões. Não tem como produzir sem ter matéria-prima. É indispen- sável a racionalidade para extrair o maior valor possível dos insumos disponíveis”. Embora muitos dos problemas já tenham sido re- solvidos, Rogério admite que os gargalos criaram uma redução acentuada na quantidade de produtos que saem dos fornecedores do setor colchoeiro (assim como nos demais setores e em nível glo- bal), sem deixar de observar uma indesejável e inoportuna recomposição de margens em nossos insumos, por alguns setores, num momento tão delicado. “Em que pese os choques possam resultar em mudanças de curto prazo na cadeia de abas- tecimento do setor, algumas evidências apontam para a probabilidade de que a atual pandemia pos- sa levar a mudanças estruturais mais duradouras”. O presidente da Abicol considera que “as dificul- dades têm um poder impressionante sobre aqueles que não se deixam abalar. Seremos forçados a realinhar as cadeias de suprimentos, descobrire- mos novas maneiras de produção e até encontra- remos soluções a partir novos produtos” e acres- centando que “a Abicol está se movimentando para tentar encontrar formas para que a cadeia de suprimentos, que abastece a nossa produção, tenha novas opções de fornecimento, a fim de minimizar este impacto hoje e, principalmente, no futuro. Enquanto isso e por um tempo ainda, vamos conviver com os efeitos da menor oferta e da maior demanda até que, dolorosamente, os preços elevados distribuídos por toda a cadeia afetem o consumo e todos tenham uma única saída: encontrar o equilíbrio para alcançar a sustentabilidade”. E conclui: “Seguimos com perseverança e na certeza de que dias melhores virão”. PRESIDENTE DAABICOL ANALISAA SITUAÇÃODO SETORCOLCHOEIRO Rogério Coelho, presidente da Abicol

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