MV 200

66 A o final de 2019 acreditávamos que esse seria o momento da retomada, que o se- tor moveleiro conseguiria recuperar os últimos cinco anos de muita dificuldade. Porém, não imaginávamos que ainda seríamos assolados por um inimigo invisível, atordoando a todos, não apenas no Rio Grande do Sul, não ape- nas no Brasil, mas no mundo todo. Por não entendermos o real problema de uma pandemia, pagamos caro por tudo isso e o se- tor moveleiro gaúcho registrou queda média no faturamento de 30% apenas nos meses de março e abril, com algumas empresas chegando a mais de 80% de queda. No entanto, a partir do momento que começamos a conviver e entender essa nova normalidade, ime- diatamente nos adaptamos e já em maio, com o retorno das atividades, registramos alta na produ- ção de móveis no Estado, que acabou se repetindo nos demais meses. Os bons números também foram registrados em relação ao mercado internacional, que em razão do câmbio favorável, permitiu ganhos de mar- gens para amenizar parte das perdas ocorridas no semestre. Estamos longe do que gostaríamos para 2020, mas, aos poucos e com muito trabalho, estamos nos reerguendo, sabendo que ainda há um longo caminho para trilhar em busca do ideal. 2020 não é um ano perdido como muitos estão lamentando, mas um ano de superação. E quem afirmar que não aprendeu com a pande- mia está iludido. Esse grande surto fez com que os UNIÃO PARA FORTALECER O SETOR consumidores olhassem mais para dentro de suas casas, percebessem necessidades de proporcionar maior bem-estar à família, o que gerou aumento na demanda por móveis e, quem diria, despertou o mercado online como uma nova e forte possibili- dade de vendas. 2020 tem nos mostrado que se os negócios conti- nuarem a fazer as mesmas coisas estarão fadados a fechar, se fizerem mais do mesmo terão uma curta sobrevida. A pandemia mostra que apenas estarão mundial- mente conectados os negócios que focarem na inovação, na informação e na capacitação profis- sional e tecnológica. Aprender com o inusitado pode render competên- cias que não estávamos habituados. As oportunida- des estão aí. Estamos construindo com sofrimento um novo momento para o setor moveleiro para 2021. Peter Drucker, considerado o pai da gestão mo- derna já dizia: “Existe o risco que você não pode jamais correr e existe o risco que você não pode deixar de correr”. É, realmente, 2020 não foi um ano perdido, comprovamos que é fundamental estarmos preparados para crises, mas, principal- mente, abertos para novas oportunidades. Aprendermos cada vez mais a conjugar o verbo ‘unir’, o que nos mostra também o quanto é im- prescindível uma cadeia produtiva moveleira forte, integrada, desenvolvida, sem individualismos. E para sermos uma entidade forte, precisamos de empresas fortes, empresários abertos ao diálogo e colaboradores felizes. Orgulhemo-nos da pujança do setor moveleiro e sua projeção internacional. Somos 2,6 mil empre- sas no RS, que geram 40 mil empregos diretos, representamos mais de 13% das indústrias no Brasil e 25% do faturamento do setor moveleiro nacional. Somos o segundo principal mercado exportador de móveis do Brasil, temos levado ao mundo não apenas a beleza e a qualidade do móvel gaúcho, mas propagado aos cinco continentes a garra do povo brasileiro. Unir para fortalecer – renovar para crescer! Artigo Por Rogério Francio

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