Móveis de Valor - Edição 205

77 moveisdevalor.com.br “A coleção que desenvol- vemos é bem grande e o processo de criação do mobiliário é um pouco mais complexo”, pontua Marllon, acrescentando que “o olhar introspectivo de ambos também está presente nessa coleção, ainda mais nesse momento em que estamos recebendo muitas notícias tristes e que as pessoas buscam conforto nas suas casas. Nós costumamos usar as artes em geral como referência em nossas cria- ções e, nessa em particular, estamos expressando a valorização do corpo, muito característica da dança, assim como o figurino e a iluminação, o resultado disso são peças mais geométricas e que possuem um cilindro de madeira assumindo várias funções e fazendo com que elas conversem”. E é assim que percebemos que um dos concei- tos dos designers mineiros é a funcionalidade. “Nós acreditamos que sempre deve haver um equilíbrio entre beleza e funcionalidade, por isso sempre pensamos em algo que seja bonito e possa servir para várias funções. Como um vaso que pode ser também uma fruteira ou, simplesmente, um objeto mais decorativo e, logicamente, os mó- veis não fogem disso”, avalia Marllon Morais. Eles deixam claro que a multifuncionalidade não é uma regra do estúdio, mas uma preferência. Ou- tros pontos importantes são “a valorização social, o retorno financeiro para os artesãos que fazem parte do processo, o reconhecimento dessas pessoas e também nos preocupamos com a questão ambiental e a sustentabilidade”, afirmam. Com uma carreira ainda a ser construída no de- sign, a dupla não quer precisar escolher um único caminho a seguir. “Nós gostamos de desenhar várias coisas, do conceitual ao comercial. Apren- demos muito, tanto com a indústria como com os artesãos, e queremos manter esse cotidiano rico e aberto”, finalizam. próprio estúdio de design”, conta Marllon Morais. A dupla começou a carreira lançando três coleções diferen- tes cujos protótipos foram vistos por uma curadora e, a partir de então, eles passaram a ter mais contato com outros profissionais do ramo e até mesmo com a indústria. “Foi assim que o Estúdio Dentro (uma referên- cia à introspecção) esteve presente na 37ª Paralela Design e con- seguimos promover seu lançamento oficial no final de 2019”, re- lembra Marllon. O Banco Cauê foi o primeiro móvel desen- volvido pela dupla ain- da em 2019, mas pouco antes da pandemia, em fevereiro de 2020, os designers criaram uma mesa de centro e uma mesa lateral, fugindo um pouco dos vasos e luminárias que esta- vam mais acostuma- dos a trabalhar. “Nós começamos produzin- do objetos menores justamente pelo custo, mas depois nós cria- mos essas mesas e elas chamaram a atenção de uma empresa que está há anos no mer- cado e propôs uma parceria para criarmos uma coleção de móveis que está sendo lan- çada agora em 2021”, comenta a dupla. AS MESAS DE CENTRO E LATERAL TALVEGUE OBJETO DECORATIVO, FRUTEIRA OU VASO? UMA QUESTÃO DE ESCOLHA

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