Móveis de Valor - Edição 205

UNIVERSO ABICOL | 17 Os vírus também podem se depositar em colchões, da mesma forma que em qualquer outra superfície, por períodos variáveis de tempo. Por exemplo, especialistas afirmam que o Sars-Cov-2, vírus causador da COVID-19, pode permanecer em um colchão por 2 horas a até 2 dias. Ambientes limpos regularmente impactam de forma positiva na proliferação de agentes biológicos. Porém, não a impedem. A eliminação total desses microrganismos é impossível. Como já dito, nosso organismo é uma fonte constante e infindável de microrganismos. Estamos constantemente em contato com o mundo externo e cada vez que adentramos nosso quarto levamos para lá os organismos que adquirimos na rua, ônibus, trabalho e outros lugares. Mesmo que limpemos o quarto e usemos fronhas e lençóis, por exemplo, ainda assim nosso colchão abrigará uma boa quantidade de agentes biológicos por esses motivos. Estudos científicos apontam que a porosidade dos tecidos das roupas de cama aumentou e isso facilita a passagem dos agentes biológicos para os colchões. São inúmeros os fatores que comprovam que ambientes limpos também estão suscetíveis à contaminação. Há alguma estimativa de quantidade de ácaros, vírus, bactérias e outros que podem estar presentes no colchão em determinado tempo de uso (1, 3, 5 e 10 anos)? Há estudos que relatam que um colchão com menos de 1 ano apresenta 465 mil UFC de bactérias/cm2 de colchão. UFC significa Unidade Formadora de Colônia, ou seja, é a unidade utilizada para medir a quantidade de bactérias e fungos viáveis (vivos e que podem se multiplicar) em uma amostra. O mesmo estudo diz que colchões de dois, cinco e sete anos, apresentam aproximadamente 1 milhão e 400 mil UFC de bactérias/cm2 de colchão, 2 milhões e 100 mil UFC de bactérias/cm² de colchão e 2 milhões e 500 mil UFC de bactérias/cm² de colchão, respectivamente. Para efeitos de comparação, o estudo afirma que assentos de vasos sanitários e maçanetas de banheiros possuem 27 UFC e 31 UFC, respectivamente. Outro estudo relata que em colchões com 8 anos de idade foram encontradas bactérias da família Enterobacteriaceae e das espécies E.Coli e Staphylococcus aureus. Esses resultados apontam para contaminação fecal. Ou seja, se alguém for portador de uma doença infecciosa ela pode ser passada para outra pessoa que compartilhe a cama ou a use em outro momento. Também, foram detectados fungos, como Cladosporium na camada superior e Aspergillus e bolores decompositores nas camadas mais profundas dos colchões. Além disso, relatam que um colchão com 8 anos de uso pode apresentar até 4,83 kg de pele morta, a mesma massa de um cãozinho Basset dacshund! Um estudo científico polonês encontrou 40 espécies diferentes de fungos em colchões e outro estudo americano, 47 espécies. Existem estudos que já encontraram 110 espécies diferentes de fungos em colchões domésticos (Bélgica)! Segundo a Universidade de Ohio, nos EUA, um colchão usado pode conter de 100mil a 10milhões de ácaros e 10% da massa de um travesseiro de dois anos pode ser composto de ácaros mortos e seus excrementos. Outras fontes relatamque um colchão com 10 anos de uso pode apresentar 1 trilhão de ácaros e que depois de dois anos, 10% da massa total do colchão seja composta por ácaros.

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