Móveis de Valor - Edição 212

40 moveisdevalor.com.br D o total de empresas que deixam de existir no mundo, 67% não são por causa da má gestão na condução do negócio, mas por conflitos familiares e societários não resolvidos. No Brasil, este índice chega a 70%. Estudo da Price Wa- ter House Cooper (2018) aponta que 44% das empresas familiares não têm plano de sucessão. Entre nós, chega a 72%, de acordo com a PwC e o Instituto Brasileiro de Governança Corporati- va. Trocando em miúdos, fica claro que muitos gestores não sabem o que fazer, protelam o seu afastamento e colocam em risco a longevidade do próprio negócio. Odesafio na hora de passar o bastão SUCESSÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES É UM PROCESSO DELICADO E DIFÍCIL, CONSIDERADO TABU NO MEIO CORPORATIVO LIDA COM RESSENTIMENTOS, MÁGOAS, CONFLITOS E DECISÕES COMPLEXAS ENTRE PAIS, FILHOS, GENROS E PRIMOS É PRECISO QUE A TRANSIÇÃO SEJA FEITA COM TRANSPARÊNCIA, DE FORMA JUSTA, INTELIGENTE E, DEPENDENDO DA SITUAÇÃO, ACOMPANHADA POR UM NEGOCIADOR PROFISSIONAL SUCESSÃO Por Guilherme Arruda, jornalista convidado Ao fazer um mergulho neste universo, chega-se à triste conclusão que a sobrevivência na tran- sição da primeira para a segunda geração gira ao redor de 33%. Da segunda para terceira cai para 15%, e da terceira para quarta é de ape- nas 4%. Provavelmente, isso explica, em parte, o baixo percentual de organizações centenárias no país: apenas 1% de 18,2 milhões de em- presas ativas atualmente, segundo o Mapa de Empresas do Ministério da Fazenda. A quase totalidade (90%) são organizações familiares, proporção que se encaixa como uma

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