Móveis de Valor - Edição 213

33 moveisdevalor.com.br rados periféricos. Uma parcela significativa agora possui uma mentalidade que não se de- tém apenas naquilo que a marca oferece. Suas escolhas recaem sobre empresas que olham a sociedade de uma forma humanizada. Em tro- ca, são capazes de estabelecer um vínculo forte que vai além de uma mera operação mercantil de compra e venda de mercadorias ou presta- ção de serviços. Podem chamá-los de rebeldes com causas. Eles não se incomodam. O nó da questão é que defender causas ou ter propósitos de cunho social não faz parte do DNA do empresariado brasileiro. Muitos não nasceram com essa cultura. É preciso admitir também que o não alinhamento pode ser in- terpretado como uma tomada de posição. Um mergulho na raiz desta questão evidencia que valorizar o fato de gerar empregos, respeitar as leis ou pagar impostos, não basta mais. Isso é entendido como mera obrigação, assim como não impressiona mais empresários que doam dinheiro de forma assistencialista. A TRANSIÇÃO É AGORA Pesquisa recente feita pela consultoria Accen- ture com mais de 25 mil consumidores de 22 países (incluindo o Brasil) identificou como suas expectativas estão evoluindo e como as empresas podem alcançar novos níveis de crescimento e agilidade competitiva: 50% responderam que a pandemia os fez repensar seu propósito pessoal e reavaliar o que é relevante para eles em vida. Já 42% disseram que a Covid os fez perceber que precisam se concentrar nos outros mais do que em si mesmos. Apenas 17% - considerados tradicionais - assumiram que não foram altera- dos pela pandemia, enquanto 33% admitiram que estão em processo de evolução. A leitura dessa pesquisa é a de que os consumi- dores nunca estiveram tão abertos para abra- çar novas experiências e formar novos hábitos. Paralelamente, eles se mostram dispostos a deixar marcas que não reconhecem suas novas prioridades e até pagarão mais por aquelas que fazem, pensamento este que é corroborado por outra consultoria, a Deloitte, a qual mostra que 80% dos consumidores estariam dispostos a pagar mais caro caso seja uma empresa am- bientalmente e socialmente responsável.

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