MV Decor - Edição 60

79 moveisdevalor.com.br MV: Qual a representatividade do iF Gold Award e o que pode render para os desenvolvedores do Cacho Wine Stand? JB: Ganhar um iF Gold Award é algo muito raro e a móveis James e a Choque Design, com a adega Cacho, vão ganhar uma representatividade bem grande. Para se ter noção, foram quase 10 mil projetos inscritos e cerca de 1700 participantes ganharam o iF, mas apenas 75 que conquistaram o Gold. É um super reconhecimento, já que é o prêmio máximo do design mundial. Nossa equipe do Centro Brasil Design vê a Cacho Wine Stand como um produto fora da curva e inovador na área de decoração. Acredito que os desenvolvedores terão uma repercussão sensacional. O móvel brasileiro já vem se destacando no cenário mundial justamente por essa ousadia, qualidade, uso de diferentes materiais e composições muito criativas. E tudo isso revela nossa brasilidade. MV: O que esperar do desempenho dos designers brasileiros nas demais premiações? JB: Os profissionais brasileiros têm tido um desempenho muito bom em premiações. Inclusive, o Centro Brasil Design tem um produto que chama Award Service, que visa analisar o portfólio de design de profissionais e indústrias para fazer buscas por premiações. A gente conversa com os designers, pergunta quais são seus objetivos, quais mercados quer conquistar e então mapeamos esses prêmios internacionais. São eles mesmos que fazem as inscrições, mas passamos todas as informações, damos apoio, enfim, serve como uma consultoria e tem gerado repercussões interessantes. Tanto designers como arquitetos estão se destacando com seus projetos no âmbito internacional e, com certeza, ainda tem muito espaço para o Brasil no mundo do design. MV: Como estão sendo construídas as relações entre o design brasileiro e as empresas internacionais? O que isso acrescenta aos nossos profissionais? JB: A relação da economia criativa de vender design e projetos brasileiros para indústrias internacionais têm acontecido. A gente já teve várias demonstrações disso no próprio iF com o Guto Índio da Costa e a DDID, do Rodrigo Dangelo, que já fez produtos para a China. Eu acredito que ainda tem muito espaço e a gente também sabe que muitos dos nossos designers vão bater na porta dessas empresas, mas tem diversas empresas que identificam no Brasil e na criatividade dos nossos profissionais um super potencial, inclusive nas agências de publicidade. Acredito nessa relação entre o design brasileiro e a indústria internacional, pois é um bom negócio e tem muito a crescer. O que ajuda muito é quando o designer vai atrás e vê marcas para as quais ele quer desenhar, eu acho que tem que bater na porta mesmo dessas indústrias. O Centro Brasil Design faz programas para contribuir com isso, o Design Export é um exemplo. Nele fizemos produtos com foco em exportação, mas acho que exportar a criatividade dos profissionais brasileiros pode ganhar ainda mais mercado lá fora. Afinal, muitas indústrias enxergam isso com bons olhos e os nossos profissionais são bons e tem muito escritório por aí que já montou um bom portfólio. MV: O que mais profissionais e indústrias precisam fazer para tornar o design brasileiro mais conhecido? JB: É necessário enxergar o design como negócio, ele é uma ferramenta de transformação que tem muito potencial. As indústrias precisam enxergar esse valor, pois contratar um profissional específico e que tenha know-how nessa área de móveis, decor e iluminação, faz uma grande diferença. Quando você investe em design, com toda a certeza, esse investimento volta para você, seja como números de vendas, posicionamento de marca, reconhecimento internacional, abertura de mercado, foco em determinados públicos- alvo... O design pode sim transformar negócios, mas ele precisa ser visto como estratégia, não apenas como estética e isso a gente vem falando há muito tempo. O Centro Brasil Design luta por isso e acredita nisso também. “O design pode sim transformar negócios, mas precisa ser visto como estratégia pelas empresas, não apenas como estética” (por Natalia Concentino)

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