Anuário de colchões 2023

Anuário de Colchões Brasil 2023 113 menta informando que o passo seguinte depende do impacto que a não- -conformidade oferece ao produto. “Os especialis- tas, durante a avaliação, sabem quais não-confor- midades afetam direta- mente o desempenho do produto junto ao con- sumidor. Por exemplo, não podemos equiparar o impacto de uma regra para etiquetagem com uma regra para densidade”, esclarece Cleriane, reforçando que, caso a não-conformidade seja impactante, como densidade das espumas, por exemplo, um novo exemplar do produto é adqui- rido e testado, para que se confirme ou não que o fabricante corrigiu o processo ou o procedimen- to. “Essa segunda compra é o que chamamos de segundo ciclo de avaliação e sempre selecio- namos produtos de lotes distintos e fabricados em datas distintas, isso porque entendemos que pode ter acontecido uma irregularidade não in- tencional, causado por falta de informações, por um desvio pontual ou por uma matéria-prima com problema”, exemplifica a especialista. Cleriane deixa claro que o objetivo da institui- ção é ser um canal de orientação que oportuni- za correção, mesmo que em alguns momentos os casos não corrigidos sejam submetidos às sanções previstas na legislação brasileira. Depois do segundo ciclo de testes, ainda é realizada uma terceira avaliação pelo Observa- tório. E ao final de cada uma delas o fabricante recebe uma carta com as especificações das irregularidades que seu produto está apresen- tando. Caso, após o feedback do terceiro ciclo, a empresa ainda não tenha adotado medidas cor- retivas, é entendido que a não-conformidade do produto é sistêmica, ou seja, não é algo pontual. Portanto, esse é o momento que a instituição passa a divulgar o trabalho realizado, inclusive fornecendo informações sobre os produtos não- -conformes, com a entrega de todo o dossiê ao sempre seguros, conformes e sem apelos comer- ciais que induzam o consumidor ao erro. Encabeçado pelos especialistas em combate à fraude e falsificação, Cleriane Denipoti e Rodolpho Ramazzini, o Observatório tem como foco apoiar a disseminação e o cumprimento de normas e regu- lamentos por parte do setor colchoeiro, proporcio- nando maior segurança na escolha do colchão pelo consumidor. Adriana Pierini, diretora executiva da Abicol, destaca que o Observatório é mantido pela enti- dade setorial, mas foi criado para ter gestão in- dependente e total autonomia em seu trabalho. “A Abicol repassa os re- cursos para o Observató- rio de forma a viabilizar a parte administrativa, jurídica e a compra dos produtos a serem testa- dos, bem como os cus- tos dos testes”, enfatiza Adriana, deixando claro que não há interferência ou ingerência da asso- ciação. “Aliás, a Abicol entende a importância de ter uma instituição imparcial e independente para atuar na vigilância de mercado. O Obser- vatório cumpre este papel e não pode ter vínculo comercial com nenhum fabricante”, enfatiza. Rodolpho, presidente do Observatório do Colchão, destaca que a atuação é pautada pelo recebimento de denúncias consistentes de não-conformidades. “A partir daí compramos o item apontado como não-conforme e realizamos o primeiro ciclo de testes. É importante destacar que a avaliação dos produtos é feita por laboratórios independentes, acreditados pelo Inmetro, e caso seja constatada que há uma ou mais não-conformidades, o primeiro passo é entrar em contato com o fabricante e iniciar um processo educativo, com orientações para que a marca possa corrigir os itens que não estão de acordo com as normas”, explica. Cleriane Denipoti, diretora técnica, comple- Adriana Pierini, diretora executiva da Abicol Rodolpho Ramazzini, presidente do Observatório do Colchão

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