Anuário de colchões 2023
Anuário de Colchões Brasil 2023 139 “Falta uma campa- nha na mídia para que o consumidor comece a dar o devido valor a estes órgãos e para que, assim, as fábricas possam utilizar as certificações com mais ênfase, como um diferencial for- tíssimo”, pontua Iris. O engenheiro me- cânico, Edison Gaubert, que participa do processo fabril de colchões desde 1997, também acredita que as certificações têm motivação na melho- ria dos processos e garantem que o consumidor receba exatamente o que comprou. “Vemos esse caminho sendo traçado em mercados de primeiro mundo, envolvendo governo, fabricantes, lojistas e clientes”, comenta Edison, que também é sócio-di- retor da loja Arquitetura do Sono. “As empresas que se utilizam dos selos de certificação, apresen- tam por consequência uma melhoria da qualidade em toda cadeia, envolvendo gestão, processos, pes- soas e tecnologia, além de adicionarem um ponto forte em sua análise SWOT”, analisa o engenheiro, acrescentando que sendo um ponto forte, a certifi- cação deveria ser comunicada nas lojas, no discur- so da venda de colchões. Edison também defende que, mesmo normas como a ISO 9.000, por exemplo, que estabelece regras em relação ao procedimento de confecção de colchões, influenciam diretamente na quali- dade do produto, melhorando processos, análises laboratoriais de matérias-primas, redução de des- perdícios, impactos ambientais e qualificação da mão-de-obra. “À medida que a indústria cresce, se faz necessário a aplicação de medidas que organi- zem e otimizem todo o processo fabril”, enfatiza o engenheiro. “A norma do Inmetro é compulsória. Isso fez com que muitas fábricas que funcionavam sem nenhum critério técnico, escolhendo materiais inadequados e, muitas vezes, sem procedência, fazendo colagens de topo e formas construtivas equivocadas, com consequentes problemas na qua- Edison Gaubert, engenheiro e sócio-diretor da loja Arquitetura do Sono lidade dos produtos e grandes prejuízos ao consu- midor, fossem fechadas”, relata Edison. O sócio-diretor da Arquitetura do Sono tam- bém reforça que, com o avanço dos meios de comunicação, o consumidor está cada vez mais bem informado, exigindo evidências da qualida- de do produto e dos reais impactos ambientais que o processo fabril pode causar. “Precisamos entender que participamos ativamente do pro- cesso de educação do cliente, somos agentes de comunicação ao consumidor”, afirma Edison, que atua diretamente com os clientes da loja. Abdo El Orra, proprietário da Bed and Room, de São Paulo, reconhece a importância de ter órgãos controlado- res que certifiquem colchões. “A gente começou a ter a fis- calização do Inme- tro há pouquíssimo tempo em colchões e ainda nem todos os colchões seguem as regras”, observa o empresário. “É muito importante para a gente, como lojista, ter essa se- gurança. Além disso, é uma garantia de segu- rança para o cliente”, comenta Abdo. Segundo Abdo, têm muitas fábricas de colchões que produzem ‘qualquer coisa’, usando matérias- -primas de baixa qualidade, sem se preocupar com a procedência. “A gente tem muita dificul- dade no Brasil, principalmente quando se fala de viscoelástico e de látex”, comenta, acrescentando que se detecta no mercado a necessidade de ter uma normativa que defina um mínimo de látex e de viscoelástico para permitir que as fábricas possam afirmar que aquele colchão é feito com tal material. “O viscoelástico precisa ter uma deter- minada qualidade para a gente poder falar que é viscoelástico de fato, porque hoje basta colocar 1% da matéria-prima para as marcas afirmarem que o produto é feito daquele material”, lamenta Abdo. Abdo El Orra, proprietário da loja Bed and Room
RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz