Anuário de colchões 2023
Anuário de Colchões Brasil 2023 143 existe a necessidade de que todas as indústrias possuam “atestados” de forma compulsória, am- parados por dois atos administrativos: as Porta- rias 35 (para colchões e colchonetes de espuma) e 75 (colchões de mola), ambas do Inmetro. Ter o selo do Inmetro é um fator admiravel- mente positivo para o cliente, para o lojista, para o distribuidor ou revendedor e para a indústria, principal peça dessa engrenagem. É lá onde tudo começa. As duas portarias já possuem inúmeras alterações, ajustes e novos conceitos e tudo isso mexe com toda a empresa. Mas a maneira de fazer essa transição de um modo mais fácil e assertivo é treinando as equi- pes internas. Esses cursos trabalham com procedimentos, regras e normas de segurança, vi- sando o aprendi- zado e a conscien- tização de todos. “O crescimento do negócio está relacionado ao desenvolvimento dos funcionários. Afinal, para elevar a qualidade do produto, eles precisam ser constantemente instruídos e ouvi- dos”, garante a CEO da CS Consultoria, Camila Silveira. “Eles podem trazer possibilidades de melhoria para o processo e para a empresa”, com- pleta a especialista. Mesmo com todas as vantagens, há empre- sas – e elas são muitas – que erguem barreiras para não colocar recursos nas equipes internas. Especialista no tema, Camila menciona alguns obstáculos. Um deles é a resistência de retirar o colaborador da sua tarefa, da sua rotina, ale- gando que vai baixar a produtividade ou, sim- plesmente, acha desnecessário. Alguns empre- sários entendem que o colaborador deve buscar seu próprio conhecimento. Camila Silveira, CEO da CS Consultoria “Na prática, acontece o seguinte: as empresas exigem alta performance das pessoas, mas não oferecem meios para o crescimento profissio- nal. O que se vê são funcionários desmotivados e estressados e que, possivelmente, irão procu- rar outra organização que lhe dê oportunidade de evoluir”, aponta a executiva, lembrando que nem sempre eles buscam boa remuneração, e sim um ambiente agradável, motivador e que incentive o desenvolvimento. Infelizmente, segundo Camila, há empresas que tem medo de apostar em treinamento, pois pensam: e se depois eles forem embora? Na ver- dade, deveriam pensar de outra maneira: e se não fizermos nada e eles ficarem, como vai ser? “Resumindo, ainda há empresário que enxerga como custo e não como investimento”, lamenta a executiva, mostrando que há duas formas de quebrar as resistências: trabalhar o nível de conscientização e, paralelamente, mostrar o quanto a falta pode prejudicar a empresa. “Estamos falando da possibilidade de estag- nação de uma indústria, que por sua vez pode gerar perda de produtividade e levar a cometer erros, alguns graves, que seriam eliminados com uma estrutura de programa de desenvol- vimento. É fundamental falar sobre o custo da não-qualidade. O que elas preferem: treinar as equipes e alavancar seus negócios, ou não investir e assim aumentar os índices de proble- mas, de retrabalho, reclamações, por exemplo? Essas questões estão conectadas com o quanto é investido no colaborador”, orienta Camila. A CEO da CS Consultoria não renuncia à pre- missa de que treinar equipe interna contribui muito com a assertividade na certificação, pois são esses profissionais que estão na linha de frente, precisam seguir rotinas estabelecidas, fazer os monitoramentos e inspeções. Camila chama a atenção para outro ponto, lembrando que ao compreender que para ter produção é necessário venda, percebe-se também que é fundamental treinar quem está na ponta, ven- dendo o produto.
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