Anuário de colchões 2023

Anuário de Colchões Brasil 2023 163 quesito. Existem técnicas muito interessantes já aplicadas na Alemanha, por exemplo, que con- templam o processo de reciclagem química dos colchões usados, oferecendo o benefício de reu- tilização dos materiais de forma quase compará- vel à das matérias-primas virgens. Temos par- ticipado de discussões em associações do nosso setor, acompanhado informações, surgimento de startups nestes quesitos e empresas brasileiras direcionando este tipo de serviço. Queremos que este assunto se dissemine e alcance o processo industrial colchoeiro brasileiro de forma asserti- va”, concluem os diretores da Copespuma. PONTO DE VISTA DO VAREJO Considerado maior vendedor de colchão do Brasil, o lojista Íris Gelbcke percebe que ainda não há grande interesse por parte das indús- trias de colchões em trabalhar a sustentabilida- de. De acordo com ele, poucas indústrias com as quais mantém negociações estão atentas aos cuidados e demonstram interesse pelo meio ambiente e a reutilização dos materiais. E se o fazem não comunicam adequadamente ao varejo. “Tudo gira em torno do preço de custo. Um ou outro modelo de colchão têm apelo de materiais, tecidos e/ou processos que agridem menos o meio ambiente. Ao contrário, tenho visto inúmeras empresas de porte utilizando materiais como EPS, produto com maior di- ficuldade para descarte e sem finalidade na utilização do colchão, pois não contribui para qualidade do produto”, lamenta Gelbcke. Para ele, a logística reversa é fundamental. “Se podemos contribuir com o meio ambiente, deve- mos fazê-lo. Aqui na loja, anualmente realizamos uma promoção onde aceitamos o colchão usado como parte do pagamento na compra de um novo. Pagamos R$ 400 pelo conjunto King, R$ 300 pelo conjunto Queen, R$ 200 pelo de casal e R$ 100 pelo conjunto de solteiro. O cliente nos diz para onde e para quem deve ser entregue o produto usado, que é colocado na nova residência sem custo algum. Além disso, o cliente doador tem a possibilidade de se identificar ou ficar no anonimato. Caso não tenha indicação, entrega- mos para a Assistência Social da Prefeitura, que direciona o colchão usa- do para as famílias mais necessitadas”, explica. Viviane Barbari Moscardi- ni Florencio, proprietária da Exclusive Colchões, também busca fazer a sua parte. Em relação à logísti- ca reversa, Viviane acredi- ta que muito ainda precisa ser feito, inclusive pelo varejo. “Percebemos que nossos clientes, além de não quererem descartar o colchão de qualquer jeito, quando afirmamos que podemos fazê-lo, eles querem saber o que iremos fazer. Acredito que esse é um tema mui- to relevante e que seja uma excelente ação para nossas lojas. Aqui realizamos campanhas de desconto no valor do colchão novo com a doação do usado. Desta forma, no momento da entrega, já recolhemos o colchão do cliente, juntamos uma boa quantidade e doamos para entidades que precisam desse produto”, ressalta. Atuando na área há 22 anos, Viviane frisa que o consumidor talvez não faça sua parte. “Eu acredi- to que num futuro muito próximo isso vá mudar bastante, pois vemos os adolescentes cada vez mais conscientes, procurando utilizar produtos recicláveis, sustentáveis e que não agridam o meio ambiente. Nós, por outro lado, viemos de uma geração que destruiu muito, que não se im- portou com essas questões. No caso dos colchões, vejo que as indústrias têm usado muito isso a seu favor, com tecidos produzidos com garrafa pet, que são transformadas em fibras de poliéster, de fibras de bambu, de bananeira, entre outras total- mente biodegradáveis”. Viviane cita um exemplo da Ecof lex, marca revendida pela lojista, que está utilizando em seus produtos uma etiqueta de sementes. Assim que retirada do produto, ela deve ser cortada em pedaços e colocada num vaso com terra e regada para que, após alguns dias, se transfor- me em lindas f lores. AC Viviane Barbari Moscardini Florencio, proprietária da Exclusive Colchões

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz