Anuário de colchões 2023
Anuário de Colchões Brasil 2023 29 vinculada ao aumento do preço do petróleo por conta da guerra na Ucrânia, bem como o desar- ranjo da cadeia logística global”. Müller aproveita ainda para fazer mais uma observação sobre os problemas enfrentados pelos fabricantes de tecidos. “As incertezas de fornecimento e os fechamentos das fábricas na China, ainda devido a política de zero Covid na- quele país, complicaram ainda mais a situação de fornecimento. O ano foi caracterizado por muita volatilidade”, analisa. O general manager da Bekaert Deslee Brasil pon- tua que não há uma perspectiva de escassez dos insumos têxteis. “Vemos uma possível pressão por demanda, o que vai fazer com que a cadeia tenha suas margens ainda mais pressionadas. Por isso, acreditamos que haja algum risco de ocorrerem fragilidades financeiras nos fornecedores da cadeia”. escalada de preços desse insumo de julho para frente nesse 2022”, comenta Rogé- rio Soares Coelho, ex-pre- sidente da Abicol e CEO da Orbhes Colchões. Aliás, Rogério enfrentou um pe- ríodo complicado no mer- cado colchoeiro mundial ao longo de sua gestão como presidente da entidade e, por isso, é capaz de fazer uma boa avaliação so- bre preços e escassez de insumos ao final de seu mandato (época em que concedeu a entrevista). Ele conta que, além desse fechamento na Europa, duas plantas de TDI na Ásia foram fechadas em outubro para manutenção. “Isso causou um es- tresse de preço no mundo todo. Por outro lado, o poliol conseguiu manter a estabilidade no preço e não há perspectiva de falta do produto, diferente do que aconteceu em 2020, por exemplo”, analisa. “A queda no consumo de colchões no mercado dos Estados Unidos, Brasil e da própria Europa faz com que não haja problemas de escassez em relação ao TDI nesses mercados, mas na Ásia a história já é diferente”, complementa o ex-mandatário da Abicol. Rogério Coelho também aponta que uma das maiores fornecedoras de aço do mundo fechou algumas de suas plantas na Europa por conta do aumento do custo do gás, consequência da disputa entre Rússia e Ucrânia. Porém ele comenta que, no momento, não foram registrados aumentos no custo desse insumo. Agora, um insumo que sofreu com os aumen- tos de preços nesse ano foi o tecido. “As fibras sintéticas e os importados tiveram um reajuste de 20% em Euro durante este ano. Isso foi cau- sado pelo aumento no custo da energia no velho continente”, explica Rogério. E é justamente sobre o aumento na cadeia têxtil que Lars Müller, general manager da Bekaert Deslee Brasil, faz sua avaliação. “Nós vimos uma severa inflação ao longo da primeira metade do ano no que se refere aos insumos da cadeia têxtil, Rogério Soares Coelho, ex- presidente da Abicol e CEO da Orbhes Colchões Lars Müller, general manager da Bekaert Deslee Brasil A guerra entre Rússia e Ucrânia causou um aumento do custo da energia, o que influenciou na produção de TDI e poliol Já sobre as perspectivas para 2023, Lars Mül- ler acredita que possa haver uma normalização na disponibilidade de materiais. “Essa norma- lização estaria mais relacionada a recessão que se desenha no continente Europeu e Estados Unidos. As cadeias logísticas globais estão se normalizando, ainda que de maneira lenta, com a entrada de novos serviços e redução da pres- são de demanda”, opina. Se os tecidos já causaram impacto no setor col-
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