Anuário de colchões 2023

32 Anuário de Colchões Brasil 2023 deixar de olhar as possiblidades no mercado interno e trazer para a mesa uma avaliação cri- teriosa em relação a preço, entrega e qualidade”, pontua. E um dos assuntos que mais repercutiram no ano passado na cadeia colchoeira foi o downgrade, movimento iniciado por fabricantes com a inten- ção de baratear seus produtos. “O mercado col- choeiro recessivo aqui no Brasil ainda faz fabri- cantes lançarem produtos mais baratos ou com matérias-primas mais simples, por conta na baixa do ticket médio para a compra de colchão. Nesse caso, estamos falando sobre o downgrade ético, que é aquele feito dentro das normas”, aponta Rogério Coelho, ex-presidente da Abicol. Nesse mesmo sentido, José Agnelo Seger, fala sobre o que está sendo feito pela Herval para evitar que o cliente seja altamente impactado por um aumento de preços. “Estamos cada vez mais aprimorando nossos processos, buscando alternativas e reforçando parcerias para termos competitividade sem sacrificar nosso padrão já reconhecido de qualidade, tanto para revendedo- res como clientes. As iniciativas abrangem desde manutenção preventiva até busca de fontes de energia mais limpas e sustentáveis”, explica. Seger também comenta sobre o empobrecimento da população brasileira, que vem sendo encarado pelo mercado recentemente. “Tivemos de fazer adaptações que vieram de diretrizes internas, como controle de perdas, estoques de insumos, negociação com fornecedores e rígido controle produtivo. Nós valorizamos muito a qualidade dos nossos produtos e honramos nossa tradição de mais de sessenta anos de história produzindo colchões com insumos nobres, garantindo a certi- ficação e legitimidade”. A ARTE DA “FUTUROLOGIA” Depois da chegada da pandemia ficou mais claro que não podemos nos apegar a previsões, pois tudo pode mudar de uma hora para a outra. Mas, mesmo assim, ainda dá para fazer projeções e antever algumas coisas relacionadas ao merca- do de colchões. “O que nós estamos vivendo em 2022 é um momento recessivo, que fez com que os fabricantes optassem por lançar produtos mais baratos por conta do ticket médio menor destina- do a compra de colchão, porém, acredito que 2023 possa ser ligeiramente superior. A produção deve melhorar aqui no Brasil, já que houve uma queda muito acentuada durante este ano por conta da onda inflacionária”, argumenta Rogério Coelho, se referindo a demanda reprimida. “O que eu espero para o ano que vem, fazendo um exercício de futurologia (brinca Rogério), é que o aumento de custo dos insumos na Europa vai se- gurar o consumo, inclusive aqui no Brasil. Porém, temos que levar em consideração o inverno euro- peu, ele que vai começar a ditar o ritmo do merca- do, pois ainda não sabemos se o gás vai continuar a subir de preço. Acredito que, passando o inverno e sua fase mais crítica, o gás possa até baixar um pouco o preço, mas não aos patamares de antes”, reflete o CEO da Orbhes. O ex-presidente da Abicol comenta que os custos já foram repassados e tendem a regredir no caso dos insumos, principalmente com a melhora da questão energética na Europa. “Mesmo assim, já vi muitos produtores americanos dizendo que têm a sensação de que 2023 será igual a 2022”, complementa. Já Lars Müller, da Bekaert Deslee Brasil, se mostra um pouco preocupado com o câmbio e o frete ma- rítimo. “Nesse último trimestre de 2022 esperamos uma continuada queda nos valores dos fretes inter- nacionais, entretanto não vemos espaço para um retorno aos valores pré-pandemia, que é uma situa- O frete marítimo subiu muito em 2021, mas foi caindo ao longo desse ano Foto: Depositphotos

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