Anuário de colchões 2024

21 Anuário de Colchões Brasil 2024 Jamais os brasileiros ti- veram colchões com tanta tecnologia embarcada quanto têm hoje. O col- chão só falta falar, ou me- lhor nem isso falta mais. A integração da tecnologia nos colchões permite a melhor escolha para cada necessidade, ou como gostamos de dizer: hoje no Brasil tem um colchão para cada um, seja pelo biotipo, necessidades especiais ou mesmo prazer em dormir bem. Mas então por que a substituição de colchões ainda está longe do ideal, que é a vida útil do produto? Vamos tentar explicar. Primeiro, as pessoas não têm uma percepção clara sobre o momento de substituir o colchão que usam. Por que? Vou explicar com a metáfora do sapo: se você colocar um sapo em uma panela com água fria e aquecer a água lentamente ele vai permanecer na panela até morrer porque não se dará conta da elevação da temperatura da água. Diferente de você colocar um sapo na água fer- vendo; ele saltaria fora da panela. Pois bem, a pessoa dorme todas as noites no mesmo colchão e a deterioração do colchão é tão lenta que ela não percebe. Seria necessário uma pessoa diferente dormir no colchão pra perceber a necessidade de substituição, mas como isso ra- ramente acontece, o colchão permanece por anos e anos em uso, talvez até que aconteça (Deus nos livre) uma pandemia... Então, temos no Brasil mais de 203 milhões de habitantes, segundo o senso de 2022, 45% deles casados; temos 1,1 milhão de leitos do sistema de hospedagem brasileiro; quase 500 mil leitos hospitalares e mais de 830 mil leitos no sistema prisional (é, pesquisamos tudo). Portanto, ao todo são 159 milhões de colchões para aten- der esta demanda, ou seja, seriam necessários quase 23 milhões de colchões anuais para substituição total a cada 7 anos. Com certeza a produção nacional de colchões não chega a 20 milhões de peças/ano. E a importação, ape- sar da preocupação da Abicol, não passou de 105 mil colchões em 2022 (veja o quadro que detalha estes números). Pelo que está colocado acima, faltariam milhões colchões para atender uma demanda natural. E quando se analisa o ticket médio por peça vendida, o problema fica ainda maior, pois não chega a R$ 900, ou seja, 20% da média nos Estados Unidos, que é superior a 900 dólares. Logo, o colchão no Brasil é barato demais! En- tão não é o preço que inibe o consumo, mesmo assim o preço de colchão no varejo, depois de subir quase 37% em 2020, recuou 4,7% em 2021, 0,12% em 2022 e até outubro de 2023 mais 0,7%, segundo o IPCA divulgado pelo IBGE, absorvendo uma importante parte da alta verificada no início da pandemia. Com este comportamento, o potencial para o consumo de colchões no Brasil em dinheiro passou de R$ 12,1 bilhões em 2022 para R$ 11,5 bilhões em 2023, perdeu-se 5% o que equivale a R$ 600 milhões. É este quadro que é preciso reverter urgentemente para que a comunidade moveleira seja remunera- da de forma justa e os brasileiros durmam melhor, tenham mais saúde e mais qualidade de vida. E qual a receita para se alcançar este desidera- to? Melhorar a eficiência do varejo de colchões. Isso significa aumentar a taxa de conversão e o ticket médio. E quando falamos de varejo estamos falando de lojas físicas, porque é lá o lugar de vender colchões e, lá mais da metade dos consumidores preferem comprar colchões. Uma pesquisa da Opinion Box mostra que 23% das pessoas que normalmente compram na internet, não comprariam colchões em e-commerces e outra pesquisa mostra que 55% das pessoas preferem a internet para comprar. Também incomoda a baixa taxa de conversão de visitas em vendas efetivas: é 40% menor do que a média nos Estados Unidos. E, convenhamos, as pessoas que entram em lojas de colchões não costumam dizer “estou só olhando”, a menos que a loja esteja situada em um shopping...

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