Anuário de colchões 2024
87 Anuário de Colchões Brasil 2024 vem de óleo de cozinha, e um poliol fornecido pela Covestro, que reutiliza o dióxido de carbono (CO₂) como matéria-prima. O poliol serve para aumentar a dureza da espuma. “Somos os únicos no Brasil a usar esse poliol, que não vem do petróleo e não polui”, informa o em- presário Rogério Soares Coelho. “Usamos mantas de algodão orgânico, mas essa manta não neces- sariamente confere a este colchão classificação de orgânico”, aponta o empresário. A Orbhes é tam- bém pioneira no uso de crinas de cavalos e camelos que torna o colchão mais fresco (“respira” mais), mais agradável, retém menos umidade, tem menos ácaro. Os fios da crina de cavalo atuam como se fossem milhões de pequenas molas. “É um colchão muito superior sob qualquer parâmetro que se queira comparar”, assegura Rogério. LÁTEX NATURAL Além de crina de animais, algodão orgânico, fibra de cashmere, fibra de coco e lã de ovelha, a Orbhes emprega látex natural, isto é, que tem origem na seringueira. “Já faço colchão com látex Talalay 100% natural. Outros látex podem ser um blend: 80% natural e 20% sintético, ou 70% sintético e 30% natural. O problema é que os fornecedores colocam na etiqueta 100% Natu- ral, o que não é verdade”, adverte o empresário, acrescentando que 95% do látex usado no Brasil vem do petróleo. Conforme Rogério, a nova norma brasileira de colchões, aprovada recentemente pelo Inmetro, obrigará o fabricante colocar na etiqueta “x” por cento natural, e “x” por cento sintético. A auten- ticidade da informação será fornecida pelo forne- cedor da matéria-prima por meio de um laudo. “O Inmetro ainda não aplica essa nova norma de colchões como padrão. Usa a antiga”, lastima o empresário, elogiando a atuação da Abicol que vem fazendo esforços no sentido que a nova nor- ma “pegue” o quanto antes. PLANTANDO ÁRVORE A mola é considerada um item sustentável tam- bém, uma vez que ela volta para o processo, mas quando o tema é circularidade de colchão fica um pouco com- plexo porque as matérias-primas para circularidade são complicadas. “Temos a circulari- dade na mola, mas em outras maté- rias-primas, não. Aqui na Orbhes já conseguimos reci- clar colchão e dar a ele um destino ambiental corre- to”, diz Rogério. Nesse ponto, entra uma atitude extraordinariamente original que coloca o Brasil na dianteira no planeta: a Orbhes planta uma árvore para cada colchão vendido de algumas de suas linhas como forma de compensar o excesso de emissão de CO₂ na atmosfera. “Somos a única empresa no mundo que planta uma árvore e tem um contrato firmado com o consumidor garantindo que vamos recolher o colchão”, afirma Rogério, citando a parceria com a Iniciativa Verde, uma ONG que desde 2005 contri- bui para a melhoria de serviços ambientais como biodiversidade, água e qualidade do ar. O progra- ma Carbon Free foi pioneiro no Brasil ao oferecer o projeto de compensação voluntária de gases do efeito estufa por meio de restauração florestal, com foco na Mata Atlântica. Até o momento o programa Carbon Free contabi- lizou o plantio de mais de 600 mil árvores em 366 hectares. A Orbhes tem árvores plantadas na Serra da Mantiqueira, cujas águas abastecem o Sistema Cantareira e em Paraisópolis a partir da venda de seus colchões. “O Brasil está na vanguarda na ques- tão de colchão sustentável da forma como deve ser. Nós plantamos árvore e temos um documento em que nos responsabilizamos em recolher o colchão usado sem custo algum”, ressalta. “Nesse ponto estamos acima de qualquer marca do mundo. Nem a Hästens (icônica fábrica sueca de colchões premium) faz o que nós fazemos”, vanglo- ria-se Rogério, explicando que quem determina o Rogério Coelho investe em colchões com materiais orgânicos
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