Móveis de Valor - Edição 207

51 moveisdevalor.com.br fora do país. “Aqui na Radix nós temos somente investidores brasileiros, sendo a grande maioria formada por pessoas que acreditam que isso pode ser uma alternativa para aposentadoria ou uma reserva financeira para os filhos”, pontua Thiago Campos. No caso da Radix, os investimentos funcionam como um sistema de crowdfunding, em que o investidor compra um título, que corresponde a uma cota da floresta de Mogno Africano. Campos afirma que é muito parecido com o mercado de ações, só que mais seguro, obedecendo a Instrução 588 da Comissão de Valores Mobiliários. “As pessoas que nos procuram para fazer esse tipo de investimento prezam por uma cadeia de produção saudável, economia circular e sustentabilidade, além de estarem interessadas no retorno financeiro, que pode servir até como uma alternativa à poupança”. O sócio da Radix ainda diz que empresas do setor moveleiro podem se beneficiar ao GILBERTO DERZE E THIAGO CAMPOS, SÓCIOS DA RADIX PLANTAÇÃO DE MOGNO AFRICANO FEITA PELA RADIX O EUCALIPTO É BASTANTE USADO NA INDÚSTRIA DE CELULOSE E NA PRODUÇÃO DE PAINÉIS DE MADEIRA final do período de corte, que deve acontecer em cerca de 15 a 20 anos. “Nós ainda não estamos comercializando essa madeira, mas já estamos conseguindo ter um grande papel no reflorestamento, principalmente na região amazônica, já que possuímos uma floresta em Roraima. Mas o Mogno Africano é muito valorizado fora do Brasil, em especial nos Estados Unidos e na Europa, o que pode gerar um bom lucro”. Marcelo Sales, da Copa Investimentos, explica que o mercado ainda não está aberto para pequenos investidores, mas que é um negócio muito visado por fundos de pensão públicos ou privados, gestores de patrimônios de pessoas físicas e seguradoras. “A regulação do tipo de oferta ainda não permite um investimento para o varejo ou pequeno investidor, porém isso pode acontecer em breve, por conta do aquecimento do mercado de fundos florestais”. Sales revela que a Copa Investimentos tem vontade de fazer parcerias com indústrias moveleiras, sendo uma grande oportunidade para os fabricantes de painéis. “Nossas florestas – localizadas no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Bahia – são de Eucalipto, por isso focamos bastante em indústrias de celulose, mas, queremos chegar também na cadeia moveleira, desenvolvendo novos projetos”. O diretor da Copa Investimentos acredita que os fundos florestais podem ser parceiros estratégicos para o fornecimento de madeira à indústria moveleira. “Indústrias que buscam fornecimento a longo prazo podem fazer parcerias com as gestoras e garantir matéria-prima para daqui 10 anos, por exemplo. Eu vejo também que muitas indústrias do setor tem sua própria floresta, mas isso acaba tomando tempo e dinheiro, logo, entendo que as parcerias podem fazer com que a indústria se concentre no mais importante: produzir. Isso faz com que elas tirem o foco da atividade florestal e tenham capacidade de fazer outros investimentos em produção, liberando o balanço”.

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