Móveis de Valor - Edição 207

6 moveisdevalor.com.br Por Ari Bruno Lorandi, CEO do Intelligence Group Em março de 2020 anunciaram a Mobly Internacio- nal. Aberta no início de maio com cerca de 100 itens, a empresa anunciava milhares de produtos até o final do ano. Quase tudo viria da China. Alertamos que na esteira da “casa inteligente”, que anunciava Hilka de Castro, diretora de marketplaces, poderia vir móveis chineses, o que a Mobly negou. Enfim, hoje o logotipo que está abaixo desapareceu no site da Mobly. Na mes- ma época foi lançada uma plataforma para venda de móveis usados. “O nosso marketplace traz o conceito de reaproveitamento. Nosso serviço alimenta, de uma maneira sustentável, um ciclo de consumo conscien- te e preservação de boas peças”, explica Victor Noda, Founder e CEO da Mobly. “Neste primeiro trimestre de 2021 crescemos muito rápido em comparação com o mesmo período de 2020. Nosso marketplace entra no nosso plano de expansão em espiral”, afirma o CEO. Cada um faz a gestão do seu negócio de acordo com seu interesse, mas, na minha opinião, as indústrias de móveis que fazem concessões exageradas à Mobly deveriam repensar suas atitudes, porque por trás desta falsa “sustentabilidade” está um boicote disfar- çado aos móveis novos, de empresas que pagam im- postos e geram empregos. Lembro, num passado distante, algumas incorporações promovidas por indústrias de móveis de Bento Gonçalves. Na época, me perguntaram se havia chance de su- cesso neste tipo de ação. Minha resposta de então continua valendo hoje: é um mau negócio porque, geralmente, não existe sinergia entre o comprador e o vendedor. Quem compra não agrega valor e tira um concorrente, mas sobram dezenas de ou- tros fazendo a mesma coisa. Não há barrei- ra de entrada, nem diferencial competitivo que não possa ser alcançado em curto prazo. Quanto a fusão, é ainda mais difícil. Afinal se fala tanto mal do concorrente que fica constrangedor se juntar a ele depois... Carro popular, na concepção em que foi criado, não existe mais há algum tempo e há quem apos- te, até entre montadoras, que a categoria de en- trada vai desaparecer pois não há lançamen- tos previstos nessa faixa. No início do ano havia sete carros de entrada em produção. Agora são quatro, e o viés é de bai- xa. A categoria de hatch saiu de 48% das vendas em 2011 para 32% nes- te ano. De outro lado, há dez anos, a participação dos SUVs nas vendas era de 7%. Nos cinco meses de 2021 está em 31% e tende a passar os hatches no curtíssimo prazo. Percebeu? Então, não está na hora de parar com móveis com primeiro preço e criar uma nova ca- tegoria, tipo “SUV” do mobiliário? QUER TER LUCRO? FAÇA COMO AS INDÚSTRIAS DE AUTOMÓVEIS FAZEMNO BRASIL POR QUE NÃO ACONTECEM FUSÕES OU INCOR- PORAÇÕES NO SETOR? MOBLY EXPLORA INDÚSTRIAS E PROMOVE MÓVEIS USADOS

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