Móveis de Valor - Edição 208

23 moveisdevalor.com.br do desse pressuposto, estudos apontam o surgi- mento de tribos “nômades”. Ou seja, pessoas que não querem criar raízes em um só lugar, mas que se mantem constantemente conectadas, fazendo surgir o conceito de “Casas Virtuais”. “Há muito se fala nos nômades digitais e, com a consagração do trabalho remoto, mesmo para profissionais que nunca haviam pensado em tra- balhar de casa, abre-se uma grande possibilidade de se trabalhar a partir de diferentes cantos do mundo”, afirma o arquiteto Tiago Curioni. A casa virtual tende a ser um imóvel que, na maioria das vezes, é alugado, proporcionando a flexibilidade de ir e vir, de forma ampla e facilitada. Portanto, o setor moveleiro no futuro precisará pensar em itens para casas de curtos períodos de habitação e que sejam fáceis de serem transportados em mudanças. “O Elephant in a Box, por exemplo, é um sofá dobrável que cabe dentro de uma caixa, pensado exatamente para os consumidores que se mudam frequentemente”, comenta Jane Moo, colaboradora da Spark:off. Esse móvel pode ser montado em cinco minutos e desmontado em me- nos de dois (sem a necessidade de ferramentas). “Os móveis dessas residências serão enxutos, de baixo peso, fáceis de transportar e de mudar o layout”, afirma Curioni. O arquiteto também acre- dita que haverá uma forte demanda por móveis multifuncionais, como por exemplo um sofá no qual é possível dormir, comer, trabalhar, assistir TV, conversar com a família, receber amigos, ler um livro e, claro, tudo com acesso total aos gadgets necessários (carregamentos por indução, tomada ou USB). Esse tipo de proposta reforça a ideia de espaços diminuídos que exigem itens multifuncio- nais para serem mais bem aproveitados. Outro conceito de casa que estudiosos da área estão apostando suas fichas são as “Casas Tem- plo”. Advindas da necessidade que as pessoas têm sentido, cada vez mais, de se conectar com a natureza, esses espaços serão uma tendência. “Em um cenário pós pandemia, não podemos pensar no futuro do morar sem levar em conta o resgate do contato com a natureza através de áreas verdes, quedas d’água, solos texturizados e jardins verticais”, destaca Beatriz. Para ela, a sustentabilidade não é mais uma característica aplicada para solucionar problemas específicos ou para agregar valor às moradias. O cuida- do virou um pré-re- quisito que em muitas realidades já é base para o planejamento, a construção e a ope- ração de moradias. “É fato que tornar a casa o ambiente mais agradável possível é uma necessidade quase vital para que a vida continue em um nível de normalida- de desejável. A Casa Templo é individual e desconectada de qualquer juízo de va- lor que se possa fazer ou aferir, pois cada um cria a seu modo”, explica Curioni. Outro ponto importante para moradores dessas casas é a ilumina- ção. Segundo Beatriz Piunti e Jane Moo da Spark:off, o contato com a luz natural está cada vez mais escasso nos centros urbanos e quanto mais a tecno- logia penetra na vida das pessoas, mais elas buscam autenticidade e comunhão com a natureza. “A qualidade e a quantidade de luz natural é um dos fa- tores que mais contri- buem para trazer um senso de bem-estar no interior de um espaço”, afirma Jane. Para suprir as necessi- dades dos moradores desse estilo de mo- radia já estão sendo BEATRIZ PIUNTI, CRIADORA DE CONTEÚDO DA SPARK:OFF BRASIL TIAGO CURIONI, ARQUITETO JANE MOO, COLABORADORA DA SPARK:OFF

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