Móveis de Valor - Edição 208

6 moveisdevalor.com.br Por Ari Bruno Lorandi, CEO do Intelligence Group A POLÍTICA DE PREÇOS CONTINUA A MES- MA, MAS A MARCA... QUANTA DIFERENÇA Depois de mais uma rodada de au- mento de preços a Duratex apresen- tou ao mercado sua nova marca. Ago- ra chama-se DEXCO. Beto Almeida, CEO da Interbrand que conduziu o projeto, explicou assim a mudança: “A conexão que cada marca tem com seus consumidores foi a base para toda a evolução na estratégia de todo seu portfólio. No fim, Dexco foi uma evolução natural capaz de captar o que era essencial em sua história de grande sucesso, ao mesmo tempo que aponta a empresa para seu futuro criando uma convivência harmoniosa entre forma e função no seu melhor”. Alguns clientes concordam que a nova marca é diferente mesmo, mas as dificuldades em normalizar o abas- tecimento e a política de aumento de preços, incluindo a nova alta recente, continua a mesma. E POR FALAR EM ALTA NOS PREÇOS A alta no preço dos móveis no varejo, entre janeiro e junho, de quase 5%, não reflete a elevação dos custos, principalmen- te com matérias-primas e insumos. E a indústria continua pressionada com novas altas previstas para os próximos me- ses. Uma análise superficial concluiria que os móveis subiram demais nos últimos 12 meses. O IPCA reporta alta de 11,4%. O problema é a defasagem no preços dos móveis ao longo dos últimos anos que, nem de longe acompanhou a inflação média geral. O IPCA geral, entre janeiro de 2016 a dezembro de 2020, subiu 23,8%, enquanto mobiliário recuou 3,9%. Se considerarmos um período mais amplo, como 2011 a 2020 o resultado é este: a alta geral de preços medidos pelo IPCA ba- teu em 63,6%; alta de preços dos móveis no mesmo período, 21,8%. É o que eu sempre digo: se você represa seus custos, ao longo de um determinado tempo não vai mais conseguir reposicioná-los no patamar adequado. E foi exatamente isso que aconteceu na indústria moveleira na última década. NÃO FALTA DINHEIRO PARA COMPRAR COLCHÃO A pandemia serviu de gatilho para acordar (desculpe o trocadilho) as pessoas para a neces- sidade de dormir melhor e isso tem tudo a ver com artigos de cama. Em 2005, das despesas das de móveis, R$ 11,2 bilhões vão para a compra de colchões. Portanto, não há razão para continuar vendo colchão de casal de espuma, semi-ortopédi- co, na Casas Bahia, sendo vendido por R$ 396,65. famílias, 7,3% eram disponibili- zados para compra de colchão. Em 2021 este valor saltou para 14,8%. Assim, dos R$ 75,8 bilhões disponíveis este ano para compra

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