Móveis de Valor - Edição 209

13 moveisdevalor.com.br várias coisas como a questão dos protocolos sani- tários, dos decretos de isolamento social diferen- tes entre cidades e estados, o fechamento tempo- rário dos serviços considerados não essenciais, as políticas para evitar demissões e a escassez de insumos e matérias-primas. Há muito ainda para resolver e para ajustar, os empresários do setor colchoeiro aprendem o tempo todo”. O presidente da Abicol afirma que para tentar contornar esse tipo de situação “a estratégia é tra- balharmos em união no que for comum a todos. Essa é a nossa maior força”. Porém, lembra que o setor também depende da vacinação para deslan- char. “Como o ritmo de vacinação no Brasil foi lento em relação a outros países, a nossa retoma- da não aconteceu no primeiro semestre. Temos expectativa que a vacinação se completando, a retomada econômica tenha o vigor da que aconte- ceu nos Estados Unidos e na Europa no segundo trimestre do ano”. A Abicol projeta o alcance de, no mínimo, os mes- mos resultados de 2020, com crescimento geral de até 3,5%, apesar da vigorosa escalada de preços do aço e de constantes aumentos no preço de ou- tras matérias-primas importantes para o setor. PREÇOS ALTOS E ESCASSEZ Para os empresários ouvidos nesta reportagem, os altos preços e a escassez de alguns insumos e matérias-primas foi o grande problema enfrenta- do pela indústria colchoeira. “Temos uma fragili- dade em relação às políticas públicas, que fortale- cem nossos fornecedores, permitindo que, muitas vezes, eles parem de oferecer insumos em alguns períodos do ano, deixando o mercado de lado e optando pela exportação”, lamenta Tiago Tempo- ni, presidente da ASINEC (Associação das Indús- trias de Espuma e Colchões de Minas Gerais). Temponi lembra de um dos maiores vilões do mercado nos últimos tempos, o aço. “Os diversos aumentos no preço do aço estão fazendo a indús- tria sofrer muito com os custos de colchões de molas. Isso prejudica o acesso do consumidor de baixa renda a colchões de mais qualidade”. Apesar da alta no preço do aço, Bernardino de Sena, diretor executivo da Starsprings, lembra que as espumas “sumiram” do mercado por um tempo e os fabricantes tiveram de focar nas molas. “No segun- do semestre do ano passado observamos um aumento expres- sivo da demanda por molejos, motivado pelo aumento no consumo de colchões, e também pela falta de espumas no mercado, o que pro- vocou a migração da tecnologia de espumas para molas ensacadas nos colchões”. Mas existe por par- te dos fabricantes a compreensão de que a responsabilidade pelos problemas não partiu de seus fornecedores, mas dos fornecedores deles. O caso do aço, por exemplo, partiu das siderúrgicas. “É di- fícil saber se o pior foi a escassez de matéria- -prima para produção de molejos ou a alta dos preços, porque as vezes ficar sem ma- téria-prima pode ser mais prejudicial para as empresas, do que o repasse de preços ao cliente”, observa Anto- nio Serini, diretor do grupo Alpha Motion. E foi o que aconteceu em muitas empresas que, primeiro tiveram de paralisar a produção por conta dos protoco- los sanitários e depois não conseguiram re- tomar a normalidade da produção por falta de molejos e espuma, principalmente. ROGÉRIO COELHO, PRESIDENTE DA ABICOL TIAGO TEMPONI, PRESIDENTE DA ASINEC BERNARDINO DE SENA, DIRETOR EXECUTIVO DA STARSPRINGS

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz