Móveis de Valor - Edição 210
35 moveisdevalor.com.br forma surpreendente em 2020, as compras on- line ainda são apenas 11% das vendas do varejo no Brasil. Na área de móveis esse percentual é ainda menor, o que mostra que as lojas físicas estão longe de deixar de existir. No entanto, os dados trazem um alerta: o varejo físico, sozinho, não é mais suficiente. A mescla entre físico e digital agora é uma questão de sobrevivência. E foi se atentando a essa nova realidade que a Novo Mundo, uma das maiores redes de varejo do Centro-Norte do país, decidiu transformar seu modelo de negócio e mudar o perfil da equi- pe para fazer a expansão digital. A ideia parece radical, no entanto é o que fez dessa rede um case de sucesso. Com sede em Goiânia, a empresa tem 65 anos de história e atualmente conta com 145 lojas espalhadas pelo Brasil Central, com cerca de 2.500 colaborado- res e mais de 15 milhões de clientes. Em 2020 a rede começou a sentir necessidade de promover a transformação do modelo de negócio em um processo que aconteceria gradativamente em dois ou três anos, sem solavancos. A ideia era ir mudando o perfil da equipe para fazer, aos pou- cos, a expansão digital. “Estava tudo muito bem desenhado para não haver impacto no negócio e, sobretudo, no emocional do time”, conta o dire- tor comercial de móveis, João Ferreira. Porém, o agravamento da pandemia reforçou a necessidade de ter uma equipe diferente e de realizar de vez a transformação digital na compa- nhia. De acordo com o diretor comercial da rede, essa urgência surgiu a partir de uma mudança gigantesca que começou a acontecer no varejo de móveis e eletros, implicando em dificuldades financeiras que colocariam a empresa em risco. “Não podíamos mais sobreviver pagando alu- guéis altos, tendo lojas com áreas físicas enormes e nos forçando a ter muitos colaboradores que, por sua vez, só conseguiam vender se fosse de forma comissionada, além, é claro, do investi- mento pesado de marketing”, relata Ferreira. Sob essas ameaças, a Novo Mundo precisou buscar uma solução para contornar a situação. “O ponto principal da nova equação que preci- sávamos fazer era nossa adaptação a um custo mais baixo. Independentemente de situações que impactassem nas vendas, precisávamos ter um modelo de re- sultados consistentes”, explica o diretor co- mercial. Foi então que a rede decidiu reunir um time para buscar soluções, tomar deci- sões e reorganizar a empresa. E a conclu- são desse time foi um tanto ousada: “fomos obrigados a acelerar a mudança de negó- cio da companhia e fizemos em 90 dias o que estava previsto para ocorrer em três anos”. A ação, que soa de forma bastante radical, foi um ato de coragem da rede que poderia, ou não, dar certo. No entanto, no caso da Novo Mun- do, se arriscar foi a melhor escolha que a gestão da empresa poderia ter feito. Em três meses a companhia mudou todo o seu quadro de FILIAL DA REDE NOVO MUNDO EM BRASÍLIA JOÃO FERREIRA, DIRETOR COMERCIAL DE MÓVEIS
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