Móveis de Valor - Edição 211

14 moveisdevalor.com.br como para agentes de fiscalização e até clientes”, comenta Gilson Homen, gerente comercial da QMovi. “Um dos pontos é a grade móvel de berço que antes era um item de desejo do consumidor e hoje é proibido pela Norma por conta da possibili- dade de esquecê-la abaixada”, conclui. De fato, o setor precisou mudar muito para se adaptar a todo esse novo cenário e os obstáculos parecem só aumentar. Para Diógenes Castro, gerente nacional de vendas da Carolina Baby, o que mais tem impactado no mercado é a diminui- ção do tamanho dos imóveis. “Se considerarmos que casas e apartamentos estão cada vez mais compactos, entendemos a necessidade de berços multifuncionais que se transformam em mini berço, mini cama, cama, escrivaninha e cômodas”, comenta. “Esses designs multifuncionais já são a regra do jogo, não se trata mais de um diferencial, virou uma exigência de mercado”, conclui Castro. Com tantas mudanças ocorrendo, atuar no setor de mobiliário infantil tornou-se um tanto quanto desafiador. Para a arquiteta Silvana Benko, o maior desafio é pensar na escala adequada para a criança e sua idade. “É mui- to desconfortável usar móveis não adequados ao nosso tamanho, imagina uma criança que ainda está em desenvolvimento motor”, explica Benko. “Além disso, é preciso pensar em mó- veis seguros e que possibilitem a autonomia da criança, permitindo assim seu total desenvolvi- mento e confiança”, conclui. Já Gilson Homen, diretor da QMovi, acredita que o maior obstáculo é conseguir uma boa com- binação de custo-benefício e design. “Dentro da Norma temos padrões mínimos de construção que demandam um custo extra. Ainda existe a parte de documentação da norma, riscos, despe- sas de fiscalização, auditorias e tratativas junto a fiscalização que, de fato, demandam do fabrican- te, em especial de berços, maior estrutura admi- nistrativa, jurídica e de engenharia”. Ao analisar o mercado como um todo nos úl- timos anos, o diretor da QMovi acredita que o nível de exigência aumentou, ainda mais quan- do se trata do primeiro filho. “Os pais querem tudo perfeito, desde os móveis até a decoração do ambiente”, destaca, lembrando que o padrão ARQUITETA SILVANA BENKO PROJETO DA BODODO, MARCA DA DESIGNER SIMONE LEULLIER QUARTO INFANTIL COM MÓVEIS DA MATIC esse processo e isso foi tornando-se comum, a busca voltou-se para produtos diferentes dos existentes no mercado e até mesmo retomando tendências esquecidas, como os móveis retrô, pés em madeira, estilo “pali- to”, linhas mais retas e limpas”, completa. A segurança dos mó- veis infantis também aumentou bastante nos últimos anos. “Com a certificação dos berços tivemos muitos apren- dizados marcantes. Tanto para fabricantes