Móveis de Valor - Edição 212

47 moveisdevalor.com.br ALGO SEMELHANTE VAI ACONTECER NA CIMOL Duas décadas atrás, ao deixar a representação comercial para ingressar na fabricação de móveis, Ademilse Guidini, 59 anos, nunca poderia imagi- nar que se afastaria da linha de frente da Cimol, (empresa de Linhares (ES)) antes de completar 70 anos de idade, mas de acordo com Vitor Guidini, 34 anos, filho do fundador, essa hipótese existe. Assim como é real também a possibilidade de Anair Guidini Massucatti, 63 anos, sócia e irmã de Ademilse, se desligar dentro de três a quatro anos, colocando em evidência o tema sucessão familiar. Independentemente do tempo que levará para acontecer a troca de comando, existe a certeza de que a transição será natural e tranquila. E o que leva o encaminhamento do processo em águas pa- cíficas é que tanto a irmã de Vitor como as primas têm outros negócios fora da empresa. “Por en- quanto não tem nada desenhado e eu não tenho pressa. A hora que ele sentir que estou pronto e que eu também esteja pronto, tudo vai acontecer dentro de uma normalidade”, acredita o filho. Vitor ingressou na fábrica duas décadas atrás, com uma jornada de meio turno (horário inverso ao da escola) na área de assistência técnica. Passou pela logística, foi auxiliar comercial até ganhar projeção nesse departamento. Ano passado tornou-se sócio na Cimol e assumiu a direção comercial. “Parale- lamente ao comercial vou buscar conhecimento, me envolver nos investimentos, ter um olhar mais amplo do negócio”, avisa o novo empresário. TRANSIÇÃO SEM PRESSA NA MÓVEIS SÃO CARLOS Também não há pressa para a sucessão acontecer na Móveis São Carlos, localizada em Afogados de Ingazeira, no sertão pernambucano. E quando o dia chegar, não terá obstáculo, informa Guilherme Brito, 37 anos, filho do fundador e sucessor natu- ral para o assumir o lugar do pai, Carlos Brito, 63 anos. “Dez anos atrás eu queria acelerar o processo mas, pensando melhor, reparei que é mais saudável contar com a experiência dele”, comenta o sucessor, lembrando que o pai tem dito com frequência que 65 anos é o ano limite dele na empresa. Atualmente, o controle societário da São Carlos é dividido entre Carlos Brito, diretor-presiden- te, e o filho Guilherme, diretor administrativo e comercial. As irmãs Carolina e Vitória não estão na empresa. Carolina, 36 anos, cuida de outro negócio da família, um hotel, e a caçula Vitória, 23 anos, formou-se em Direito recentemente e exerce atividade em Recife. Guilherme conta que tem autonomia para tomar decisões, mas quando se vê diante de alguma dificuldade, principalmente em decisões impor- tantes envolvendo, por exemplo, clientes de peso para a empresa, procura apoio do pai. “Tenho que consultá-lo, respeitar a hierarquia, preciso da participação do presidente”, enfatiza. Embora o seu caminho já esteja previamente traçado, o jovem empresário sublinha que seu empenho é absorver a cultura e os valores da empresa. “Não precisa fazer mudanças radicais”, conclui. VOLNEI BENINI, FUNDADOR DA BRV MÓVEIS, COM OS FILHOS BRUNO, RODRIGO E VINICIUS ADEMILSE GUIDINI E ANAIR GUIDINI MASSUCATTI, FUNDADORES DA CIMOL, COM O SUCESSOR VITOR GUIDINI

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz