Móveis de Valor - Edição 214

66 moveisdevalor.com.br SAINDO NA FRENTE A L’Oréal lançou a primeira coleção 100% virtual chamada Signature Faces. A novidade permite que as clientes utilizem sombras e batons da linha nas redes sociais e também em plataformas de video- conferência, como Zoom e Google Chat. A Gucci criou a Gucci Garden Experience com produtos inspirados nas exposições de Florença, utilizando a plataforma Roblox. Na China, a Tmall Luxury Pavilion, do Alibaba, reuniu 200 marcas de luxo para realizar vendas com recursos de games, live streaming, realidade aumentada e revistas digitais. Em janeiro, a Samsung lançou o próprio metaver- so e vários modelos de TVs inteligentes que agora vêm com aplicativo NFT Platform para descobrir, comprar e negociar arte digital. Marcas como Adidas, Zara, Dolce & Gabbana e Ralph Lauren, estão aderindo a este novo univer- so. Patrice Louvet, presidente da Ralph Lauren, não esconde o seu entusiasmo: “É uma nova fonte de receita. Vendemos mais de 100 mil unidades no Zepeto (plataforma sul-coreana). As pessoas querem vestir seus avatares”, disse Louvet, reco- nhecendo que o metaverso é uma nova maneira de mostrar sua empresa para novos consumido- res, principalmente, jovens. A P&G criou espaços imersivos durante a CES 2022, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, realizada em Las Vegas, onde as pessoas podiam interagir com seu portfólio. Já a Hyun- dai lançou uma experiência semelhante, no ano passado, para os usuários da plataforma de jogos Roblox. “Os jovens ainda não podem comprar um carro, então por que colaborar com a Roblox? Para saber como atingir novas gerações”, respon- de Emma Chiu, da Wunderman Thompson Data. LUCRANDO COMNFTS Até 2035 estima-se que cerca de 80% da atividade comercial das pessoas seja realizada online, espe- cialmente via dispositivos móveis, o que significa que vão contribuir para o crescimento das vendas de e-commerce. Em 2020, os dispositivos móveis responderam por mais de 80% do tempo que as pessoas passam online em oito países. O Brasil fi- cou na quarta posição, com 88%. Os compradores, sobretudo no Brasil, têm uma conversão mais alta com atendimentos mais humanizados, especial- mente tratando-se de vendas comWhatsApp. Imagine como seriam as taxas de conversão caso seus clientes pudessem andar por um showroom onde todos os itens são marcados com preços, tabelas de tamanho/medidas disponíveis, diferen- tes ângulos para visualização, tudo dentro de um espaço virtual. A Nike já oferece isso desde a sua entrada no metaverso, com o mundo virtual Ni- keland, em colaboração com a plataforma Roblox. A Nikeland inclui edifícios, campos e arenas para que jogadores possam competir em diversos mini- jogos. Além do jogo, serve como showroom virtual, permitindo que os usuários vistam seus avatares com os produtos digitais mais recentes da marca. A Nike agiu rápido. Em outubro de 2020, Chris Le estava no porão da sua casa, em Salt Lake City (Utah, EUA) olhando produtos virtuais no compu- tador. Um ano depois, estava milionário vendendo sapatos sem nem mesmo ter fábrica. Chris é um dos pioneiros da indústria de tokens não fungíveis, conhecida pela sigla NFTs. Bem antes do Covid, sua startup, Artifact Studios, obteve investimento de US$ 1,5 milhão e, naquele outubro de 2020, vendeu o primeiro par de tênis cibernéticos por 30 Ethereum (segunda principal criptomoeda depois do Bitcoin), equivalente a US$ 115 mil. Em sete minutos arrecadou US$ 3,2 milhões. Passados menos de quatro semanas, a Nike com- prou a Artifact. Além de ser uma ótima maneira de lançar calçados digitais em plataformas vir- tuais, o negócio representa um potencial aumento para os tênis da Nike existentes com sobreposições O CRESCIMENTO DO METAVERSO ESTÁ DIRETAMENTE RELACIONADO AO AVANÇO DOS NFTS USADOS PARA REGISTRAR ITENS ADQUIRIDOS NOS MUNDOS VIRTUAIS

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