Móveis de Valor - Edição 214

89 moveisdevalor.com.br o que pode ser feito para ajudar a controlar isso, como a reutilização de materiais e o uso de maté- rias-primas sustentáveis, além do cuidado com o descarte desses materiais. “Alguns anos atrás as pessoas não davam muita importância quando se falava sobre as mudan- ças climáticas, mas hoje é possível ver os efeitos disso, o que está deixando as pessoas mais aten- tas em relação ao que consomem, à origem dos produtos que compram... aqui no Brasil mesmo nós acompanhamos as enchentes que acontece- ram no interior da Bahia e, mais recentemente, em Minas Gerais, que mostram de perto os impactos das mudanças ambientais”, observa o CEO da Pragma. Dione Manetti explica que a lei brasileira sobre logística reversa é moderna e está servindo como referência para outros países. “É possível ver um movimento importante das empresas, que não querem apenas cumprir a lei, elas se preocupam muito com a imagem que estão passando para seus clientes e isso está sendo bom também para quem depende desse trabalho de coleta para so- breviver. Afinal, as mudanças climáticas tendem a aumentar a desigualdade social”. E como já sabemos, quanto mais demanda, mais oferta precisa haver. “Atuar no campo estru- turante da logística reversa garante um equi- líbrio assim que vai acontecendo o aumento da demanda. No Brasil, temos um gasto muito menor com isso, pois estamos acompanhando esse crescimento, diferente de alguns países europeus, e isso é importante para as finanças da empresa”, salienta Manetti. Assim como o cidadão comum e as empresas estão mais conscientes, a participação dos lojis- tas pode ser ainda maior nesse processo, lembra o advogado Fabricio Soler. “Os lojistas ainda se envolvem pouco, mas poderiam contribuir crian- do pontos de coleta de embalagens, assim como existem os de pilhas e baterias, ou de medicamen- tos. É preciso fazer mais campanhas para atingir essa parcela da população”, reflete. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO “É muito importante investir na divulgação do seu processo de logística reversa para o consumi- dor; não adianta ter uma estratégia econômica bem desenhada sem a adesão do cliente. Por isso, é necessário compartilhar nas redes sociais, na imprensa e especialmente, no processo de compra do cliente”, esclarece Guilherme Juliani. Juliani sugere que se desenvolva até mesmo um canal de comunicação com o cliente que possa lidar com qualquer problema ou dúvida que ocorra durante o processo de logística reversa. “É essencial que haja uma política clara ado- tada pela empresa e um alinhamento interno entre os colaboradores. Também é necessário ter em mente a importância de gerir o impacto ambiental para a empresa, pois é preciso alocar recursos e pessoas para que a logística reversa seja bem executada”. O CEO do grupo MOVE3 dá uma sugestão aos moveleiros, que já podem começar um trabalho relativo à logística reversa dos seus próprios produtos e não só das embalagens. “Uma das atitudes que as indústrias moveleiras e de col- chões podem adotar são parcerias com prefei- turas, empresas de recolhimento de lixo e lojas parceiras para oferecer tanto a facilidade no descarte de móveis e colchões inservíveis quanto alguma forma de recompensa para os clientes finais que se dispõem a participar, como, por exemplo, uma política de cashback”, finaliza. REPASSAR INFORMAÇÕES A TODAS AS PARTES ENVOLVIDAS DÁ MAIS VALOR À ECONOMIA CIRCULAR

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