Móveis de Valor - Edição 214

91 moveisdevalor.com.br eficiência energética da indústria. Deve-se prestar atenção nas lâmpadas e motores que estão sendo usados. No caso dos motores, o uso de inversores de frequência poderá ajudar muito a usar a ener- gia de forma adequada”, informa. Batista explica, de maneira simples, qual a função desses inversores de frequência. “Eles vão regular a velocidade do motor durante a produção, o que ajuda na economia de energia”. Aliás, ele lembra que primeiro é preciso verificar se as máquinas usadas são compatíveis com o uso de inversores e se elas precisam atuar o tempo inteiro com 100% de sua capacidade, não valendo a pena o uso dos inversores nesse tipo de situação. Os inversores de frequência são aplicados em motores elétricos monofásicos e trifásicos, pos- sibilitando seu acionamento com um controle preciso da corrente de partida (reduzindo custos com sobredimensionamento de cabos, contatores, disjuntores, painéis e transformador). É possível controlar a velocidade e torque do motor, resul- tando em menor consumo de energia elétrica e maior durabilidade de componentes mecânicos de uma máquina ou processo. Seu funcionamento é relativamente simples, é fei- ta a conversão do sinal de tensão elétrica senoidal em um sinal de onda quadrada, através de uma modulação chamada PWM – Pulse Width Mo- dulation (Modulação por Largura de Pulso), esse sinal de entrada é tratado por alguns blocos que compõem esses equipamentos. E engana-se quem pensa que sua única utili- dade é economizar energia. Pelo contrário, os inversores de frequência são responsáveis pelo melhor desempenho das máquinas e equipa- mentos; têm menor necessidade de manuten- ção; protegem o motor de forma mais eficaz; economizam espaço na instalação e, principal- mente, habilitam a transformação digital para a Indústria 4.0. Quanto à realidade brasileira, Gustavo Batista comenta que ainda existem muitas indústrias que usam maquinário muito antigo. “Nesses casos, é preciso fazer avaliação específica de cada máqui- na e do motor para identificar processos que as deixem mais eficientes”, argumenta. O engenheiro eletri- cista também comenta sobre a procura do setor moveleiro pela eficiência energética. “Nós trabalhamos for- te no polo de Arapon- gas (PR), onde fizemos visitas e análises, in- dicando inversores de frequência em grande parte dessas indús- trias. Mas, devo deixar claro que nós não fazemos a instalação, pois, geralmente, os próprios fun- cionários que atuam na parte elétrica da empresa são capazes de fazer isso”, comenta. Gustavo acredita que a busca pela eficiência ener- gética parece estar começando a se tornar mais real aqui no Brasil, já que estamos passando por aumentos no custo da energia, que em sua maio- ria acaba precisando ser repassado diretamente ao preço do produto final ou deixando a indústria quase sem margem de lucro. “Nos EUA e na Euro- pa essa já é uma realidade, e eles conseguem lidar melhor com as margens”, compara o engenheiro. O que atrapalha um pouco o mercado brasileiro, segundo o engenheiro, é a descrença de alguns empresários em relação aos impactos que algu- mas ações simples podem causar. “Por isso que eu digo, é preciso fazer uma boa análise e contratar empresas especializadas para isso, assim não vai gerar uma frustração em relação aos investimen- tos e resultados”, ressalta. Isso faz com que, em termos de eficiência energé- tica, o Brasil ainda esteja na penúltima posição no ranking internacional, entre as 16 maiores economias do mun- do. Mesmo com exatos 20 anos da promulgação da Lei nº 10.295, que visa combater o desperdício de energia. GUSTAVO BATISTA, ENGENHEIRO ELETRICISTA DA REYMASTER INVERSORES DE FREQUÊNCIA SÃO ALTERNATIVAS PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA