Móveis de Valor - Edição 215

51 moveisdevalor.com.br seguir a carreira deles. Eles me procuraram e agradeceram muito a oportunidade e pelo pe- ríodo que passaram comigo, mas disseram que precisavam seguir suas carreiras nas respecti- vas áreas de atuação”, começa a contar Emi. Ela também comenta que perguntou aos dois funcio- nários se eles nunca pensaram em seguir carreira no varejo, mas a resposta que obteve foi de que eles usaram o varejo apenas como um trampolim para que conseguissem alcançar seus objetivos. Emi Ohashi entendeu exatamente o momento que esses colaboradores estão vivendo, pois ela viveu algo semelhante 28 anos atrás, quando ingressou no mercado de trabalho. “Eu comecei a trabalhar também para pagar os estudos, eu não tinha uma profissão ainda e o varejo sempre acolhe inexpe- rientes, então eu comecei a trabalhar numa loja de fotos como caixa. É muito difícil sem uma facul- dade conseguir um estágio, nessa época eu tinha acabado de concluir o ensino médio e por isso eu tive que começar no varejo”, explica. Mas, contrariando uma boa parte das pessoas, Emi decidiu seguir carreira nessa área e hoje se vê satisfeita com o que foi conquistando ao longo desses anos. “Como já contei, comecei como caixa, fui vendedora e depois passei para os car- gos de liderança e assim construí uma carreira consolidada e consegui meus objetivos. Assim como em muitas carreiras, eu, hoje, como ge- rente regional, ganho muito mais do que muitos colegas que fizeram faculdade e que trabalham nas áreas de formação”. Por ter essa vivência, a profissional acredita que as crianças e os jovens devem saber que não há problema algum em ser vendedor e que isso pode, inclusive, ser a sua profissão, com a oportunidade de construir uma carreira. “Acredito que quando o jovem entra no varejo, a gente pode mostrar para ele que o setor pode dar uma carreira sólida e bem remunerada. Porque hoje muitos jovens entram no varejo sem acreditar que podem conseguir sua casa própria ou seu carro trabalhando com isso. E ele pode, desde que consiga se aperfeiçoar, estudar e, principalmente amar, o varejo”, reflete. A gerente ainda vai além, dizendo que assim como o varejo é um desafio, ele traz muitas motivações que muitas carreiras não trazem quando você trabalha num escritório, por exemplo. “Muitas pessoas que traba- lham na nossa central falam justamente sobre isso, a energia e a motivação que o varejo traz”, destaca, lembrando que uma de suas funções como líder é deixar isso cla- ro e fazer com que as pessoas acreditem que a carreira no varejo também é próspera. PROFISSÃO DISCRIMINADA Não é porque a pes- soa pensa em passar apenas um certo tempo como vendedo- ra, que ela não deva ouvir falar sobre a construção de uma carreira na área. “Acho que a gente tem de falar muito disso nas escolas, mesmo para aqueles que só desejam usar o varejo como um trampolim, pois é uma profissão que nunca vai deixar de existir, sempre vai ter algo que precisa ser vendido”, pontua Emi, já emendando que “a gente vem de uma cultura em que o vendedor sempre foi muito discriminado, principalmente por- que muitas pessoas o veem como um ser- vo, tratam como um empregado, e o ven- dedor não é isso, é um profissional especiali- zado”, completa. EMI OHASHI, GERENTE REGIONAL DA TOK&STOK FRED ROCHA, CONSULTOR E PALESTRANTE EM VAREJO

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