Móveis de Valor - Edição 215
6 moveisdevalor.com.br Por Ari Bruno Lorandi, CEO do Intelligence Group POR QUE INSISTIMOS EMNOS VITIMIZAR? A indústria de móveis jamais conseguiu resultados finan- ceiros significativos vendendo para gigantes do comércio. Isso vem desde que a Casas Bahia era administrada por Samuel Klein. Mas quase todos procuravam os chamados “sete anões” para entrar no mix da rede. Mais recente- mente as startups e a situação continuou igual. Critica- mos o aumento nas matérias-primas, mas esquecemos que foi a própria indústria quem prejudicou a imagem do aglomerado, que custava muito mais barato, para vender móveis 100%MDF, muito mais caro, principalmente para produzir móveis populares. “Somos vítimas dos forne- cedores e dos lojistas”, ouve-se constantemente dos industriais. Será que se atendêssemos mais adequadamente as ne- cessidades e desejos dos consumidores, ao invés de fazer concorrência com preço menor, a situação não mudaria para melhor? O QUE LEVOU A ETNA AO FRACASSO? É sempre a gota de água que entorna o copo. Existem muitas razões que ex- plicam o fracasso de uma empresa, no caso, a Etna. Mas, acredito que a falta de conhecimento do setor, em momentos de dificuldades, é um empurrão significativo para o abismo. Outro componente rele- vante é apostar em um negócio porque o concorrente vai muito bem, ou porque temos um negócio de sucesso e acredita- mos que tudo o que tocarmos vira ouro. A lição que fica no caso Etna, que deve servir de alerta: jamais devemos deixar um negócio lucrativo para investir em outro que não conhecemos, não domina- mos. Por sinal, isso foi dito pelo saudoso Lincoln Cesar, à época presidente da Itatiaia, que dedicou toda a sua vida no desenvolvimento de cozinhas de aço, onde foi líder inconteste, mesmo quando surgiu uma dezena de concorrentes. A MORTE DE UMGRANDE LÍDER A vida de Lourenço Castellan como empreendedor nato pode ser lida na obra “Lourenço Castellan, um nome que faz diferença”, editada pela Móveis de Valor há 20 anos. O livro foi o reconhecimento ao maior em- preendedor gaúcho que eu conheci. Foi ele quem fun- dou, em 1953, a Florense. Foi ele quem, 20 anos depois, importou os primeiros equipamentos italianos e lançou no Brasil, no final da década de 1970, as cozinhas em PERGUNTAR NÃO OFENDE Por que as empresas que não anunciam nas publicações do setor, provavelmen- te por não acredi- tarem na força da mídia, contratam assessoria de im- prensa para enviar release para estas mesmas publicações? Mentes brilhantes pensam de forma ampla para alcançar um objetivo e, quando não houver mais opções, inovam. estilo italiano, revolucionan- do o mercado brasileiro. Foi ele que esteve à frente da principal entidade setorial do Brasil, e como membro da Afam abriu caminho para a entrada de máquinas impor- tadas no país. Eleito presi- dente, ficou três anos a frente da Afam, hoje Abimóvel. Faz falta para o setor um líder da expressão de Castellan.
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