Móveis de Valor - Edição 219
75 moveisdevalor.com.br bém permitimos a personalização dessas coordenadas geográ- ficas”, afirma Andrea. Além disso, os projetos de Leonardo e Andrea são baseados em memórias afetivas e nas próprias paisagens da região de origem dos dois, como o Cerrado, muito presente na vida da engenheira. “Eu sempre observei muito a região e minha pai- xão pelo aço – estamos no quadrilátero ferrífero – me faz ver as mudanças que estão acontecendo na região, como a dimi- nuição das montanhas e todo o desgaste gerado pela explora- ção dessa matéria-prima”. Já Leonardo, por exemplo, quis fazer uma linha em referência às cadeiras de bares e escolas de antigamente. “Ele usou essa memória afetiva para criar em compensado curvado e aço uma releitura dessas cadeiras, que remetem às boas conversas. Além disso, convidamos uma ilustradora para dar um toque diferente às peças, algo que pretendemos fazer também em coleções futuras”, conta a engenheira. E o casal de engenheiros também é muito unido nos processos de criação propriamente ditos. “Nós partimos de um esboço e trabalhamos juntos, num processo bem complementar”, comenta Andrea Chaves. E ela ainda conta mais um detalhe curioso dessa parceria: “O Leonardo consegue captar as ideias e materializar, por isso ele fica na nossa oficina em Lagoa San- ta, onde possui contato direto com a natureza. No meu caso, fico mais presente na área administrativa e no showroom da nossa marca, em Belo Horizonte”. Aliás, a engenheira civil aproveita que falou sobre a oficina para abordar outro ponto importante no trabalho da Emobí- lia. “Quando nós falamos sobre sustentabilidade não estamos apenas falando sobre o uso de matérias-primas renováveis, mas também do conceito de sustentabilidade social, que en- volve a contratação de funcionários que moram no bairro da oficina, aproveitando a mão de obra local”, pontua. OS PRIMEIROS MÓVEIS CRIADOS PELA DUPLA APRESENTAM FORMA DE CONTÊINER Sobre os planos para o futuro, o casal afirma que pretende trabalhar mais com a mistura entre aço e madeira, desenvolver novos produtos, fazer parce- rias e continuar crescendo na mesma linha, man- tendo o volume de produção compatível com uma oficina, já que a ideia não é virar uma indústria que produz em grande escala. “Nós também pretende- mos trabalhar mais com a exportação, pois sabe- mos que o móvel brasileiro é bem-visto na Europa. Além disso, continuamos seguindo o conceito de que o móvel não é um enfeite, mas algo funcional com um bom apelo estético”, conclui Andrea. (Por Natalia Concentino, jornalista) MADEIRA E AÇO É A COMBINAÇÃO QUE DEVE ESTAR MAIS PRESENTE NOS MÓVEIS DA MARCA DAQUI PARA FRENTE LEONARDO RECRIOU CADEIRAS COM AS QUAIS TINHA IDENTIFICAÇÃO NA FASE DE COLÉGIO COM O AUXÍLIO DE UMA ILUSTRADORA
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