Móveis de Valor - Edição 220
51 moveisdevalor.com.br promover um salto no espaço-tempo, impulsio- nando essas transformações. Nesse aspecto, uma das áreas mais afetadas foi a do mercado de trabalho, que passou a ser vista de outra maneira depois de muitas pessoas descobrirem que é possível trabalhar sem sair de casa, fazer os seus próprios horários e até mes- mo trabalhar de qualquer parte do mundo. Essa mudança de perspectiva acelerou a necessidade das empresas de se adaptarem às novas deman- das dos colaboradores e, aos poucos, se prepara- rem para receber os funcionários do futuro, que serão bem diferentes dos profissionais que as companhias estão acostumadas. “Atualmente a busca por bem-estar no traba- lho atinge o topo das prioridades de quem está buscando um emprego”, comenta Escrivano. “Os trabalhadores que buscam flexibilidade em suas rotinas estão em uma crescente, seja relacionada à carga horária ou aos novos modelos de trabalho (anywhere office)”, observa o head da Spark:off. Alyne Bonesso, especialista em gestão empreen- dedora e gestão de equipes, analisa o fortaleci- mento dessas tendências na prática. “Eu entre- vistei muitas pessoas nesse último mês ( julho de 2022), e até mesmo os mais novos estão bus- cando liberdade de horários e, principalmente, a opção de trabalho remoto por conta da pan- demia que trouxe essa liberdade”, comenta. “As empresas têm que começar a se preparar para serem ‘’remote first’’ (primeiramente remotas) para conseguir contratar os melhores profissio- nais”, aconselha a especialista. “O futuro está em padrões de trabalho flexíveis”, acredita Escrivano. Desde o início da pandemia e, consequentemente, da ascensão do home office, as discussões sobre novas formas de trabalho giram em torno da grande questão: vamos traba- lhar apenas de casa ou será preciso voltar para o escritório? E, para responder a essa pergunta, a Opinion Box realizou uma pesquisa sobre o futuro do trabalho e como resultado encontrou que 48% dos entrevistados acreditam que o tra- balho será predominantemente remoto no futuro, porém, outros 49% disseram que a empresa onde trabalham não está pronta para trabalhar apenas remotamente. Ou seja, a conta não bate. Enquanto as pessoas estão buscando cada vez mais o trabalho remoto e a autono- mia, as empresas não estão preparadas para promover rotinas de trabalho mais flexí- veis. Para Escrivano, a solução será o modelo híbrido, “esse formato vem ganhando bas- tante força entre os trabalhadores como uma terceira alterna- tiva para quem gosta de ambos os modelos, proporcionando a con- vivência no escritório e também o conforto do seu lar ou de onde for trabalhar”. E Alyne Bonesso alerta: os profissio- nais estão deixando as empresas que estão ‘’obrigando’’ a voltar para as rotinas pre- senciais. “Os custos são maiores de loco- moção, gastos com alimentação, entre ou- tros”, afirma a especia- lista em gestão. Para ela, a solução é criar parcerias com cowor- kings para ter essa opção caso o funcioná- rio queira, “a we work e o beer coffee são um exemplo disso”, comenta Alyne. Outra dica da gestora é a de criar rotinas de time que reforcem a cultu- ra da empresa mesmo estando a quilômetros de distância, tais como eventos online, happy hour e team building. PAULO ESCRIVANO, HEAD DE DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS NA SPARK:OFF BRASIL ALYNE BONESSO, ESPECIALISTA EM GESTÃO EMPREENDEDORA E GESTÃO DE EQUIPES
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