Móveis de Valor - Edição 220

53 moveisdevalor.com.br CADA VEZ MAIS A GERAÇÃO Z IRÁ TOMAR CONTA DO MERCADO DE TRABALHO quanto para fábricas. Nesse caso, Alyne propõe que ao invés de um funcionário permanecer das 8h às 18h na empresa, sejam criados turnos mais curtos e que possibilitem trocas de horá- rios. “Uma pessoa fica das 8h às 12h, a outra das 12h às 16h e assim por diante. No outro dia quem entrou às 8h pode entrar às 12h confor- me o combinado com os demais funcionários da escala”, explica Alyne. Por fim, para as lojas de varejo e a parte adminis- trativa das fábricas ela também propõe o inves- timento em plataformas que realizam videocon- ferência, permitindo o atendimento de clientes e a execução de reuniões de forma remota. E para facilitar o controle de horários dos colaboradores que optarem por trabalhar de forma remota, Aly- ne indica o uso de aplicativos para bater ponto, que podem ser implementados pelas empresas promovendo um maior controle em relação às jornadas dos funcionários. No entanto, antes de começar a aplicar essas mu- danças, Paulo Escrivano alerta: é preciso pensar em acessibilidade. “Ao pensarmos nas transfor- mações do mercado e para onde ele está indo, é necessário termos em mente uma palavra-chave, sobretudo em tempos de crise econômica: acesso”, destaca o head da Spark:off. “Quais são os tra- balhos que podem ser flexibilizados? Quem são as pessoas que estão por trás desses trabalhos? Quem tem acesso à internet para poder flexibi- lizar o trabalho?”, questiona Escrivano. “Essa realidade no Brasil certamente não é para todos, apesar do suporte muitas vezes das empresas, ainda precisamos caminhar em direção a um mercado mais inclusivo, em que todos possam se beneficiar das mudanças”, finaliza. O FUTURO ESTÁ LOGO ALI E para quem leu essa matéria pensando que esse é um futuro distante, é melhor repensar essa ideia. De acordo com Escrivano, a força de traba- lho da Geração Z (nascida em 1996-2009) deve triplicar, atingindo 51 milhões de funcionários até 2030. “As marcas e empregadores devem enten- der as perspectivas futuras dessa demografia”, reforça o especialista. Além disso, outro ponto importante é que a bus- ca por aspirações altruístas também faz parte do comportamento da Geração Z, que hoje já começa a olhar além do desempenho acadêmi- co imediato e da pro- cura por um emprego. De acordo com uma pesquisa realizada pela Stylus sobre as novas gerações que estão começando a se inserir no mercado de traba- lho, cerca de 55% dos participantes do estudo disseram que esperam encontrar um trabalho significativo e que ajude na solução de proble- mas globais até 2025, aumentando para 82% até 2030. Ou seja, além de buscarem por mais flexibilidade e autono- mia, os funcionários do futuro também estarão em busca de promover mudanças significati- vas no mundo através de suas profissões. Será que as empresas estão se preparando para suprir todas essas demandas?