Móveis de Valor - Edição 220
60 moveisdevalor.com.br BED REPORT Por Ari Bruno Lorandi, editor O balanço da cadeia colchoeira é soft E m dezembro de 2020 havia uma euforia muito grande na cadeia colchoeira. E nem poderia ser diferente. Afinal as vendas estavam acima da oferta e os preços de colchão no varejo fecharam o ano com alta de 36,9% ante 3,2% do setor de móveis. E este clima continuou nos primeiros meses de 2021, até o final do terceiro trimestre. O pico no índice de 12 meses aconteceu em abril com IPCA de 52,7% para colchão, nove vezes mais do que a alta verificada no setor de móveis. A partir daí, o declínio nos preços começou a se acentuar, invertendo a variação com o setor de móveis em outubro e fechando o ano de 2021 com ele- vação de apenas 4,7% para um IPCA de móveis de 15,7%. Depois do teto tudo é ladeira e o IPCA ref lete o comportamento da oferta e da procura. O ano de 2022, até agosto, acumula alta do IPCA de 14,5% no setor de móveis, enquanto colchão sofre queda nos preços de varejo de 0,2%. O QUE ACONTECEU? Difícil apontar apenas uma razão que expli- que esta gangorra nos preços que, em última análise, afeta mais a indústria do que o varejo – como sempre. Mas, parece óbvio que a maior parte do problema tem sido o atendimento da demanda de consumo a partir do segundo semestre de 2020, em plena volta do varejo na pandemia, e se alongou até meados de 2021, pouco mais de um ano de vendas muito aci- ma do normal. Colchão é um bem durável e a substituição, quando se trata de uso domésti- co, acontece acima de 8 anos, muito acima da hotelaria, por exemplo. Atendida a demanda de reposição, é natural o volume de vendas voltar a níveis relativamente baixos. Por outro lado, se criou na indústria uma ex- pectativa de que a demanda continuaria pelo menos até o final de 2022, o que se sabe agora, não vem acontecendo. PESQUISA EXPLICA HUMOR Sondagem realizada recentemente pela Associa- ção Brasileira da Indústria de Colchões – Abicol, junto às indústrias colchoeiras sobre as previsões para o segundo semestre revela que quase 47% dos entrevistados acreditam que o faturamento será menor do que em igual período de 2021 (e note que
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