Móveis de Valor - Edição 221

15 moveisdevalor.com.br jamento e estudo, antes de pensar em começar a produzir móveis adaptados, sabendo que aten- der esse nicho pode ser uma oportunidade de mercado bastante rentável para a empresa. “Um ambiente projetado com olhar na acessibilida- de é um ambiente que recebe e acolhe não somente as pessoas com deficiência, mas todas as pessoas”, explica a arquiteta especialista em acessibilidade e ambientes saudáveis Carolina Danielian. “É urgen- te ouvir e compreender as necessidades das pessoas com deficiência, desenvolver produtos mais asser- tivos, para ummercado tão grande e expressivo e ainda com poucas opções”, continua Carolina. Para a arquiteta, a primeira coisa que deve ser feita para que as marcas possam começar a atender esse nicho de mercado é ouvir esse público, entender suas dores e necessidades e, a partir deste ponto, desenvolver junto aos designers soluções que aliam estética à função. “É preciso pensar em produtos que contemplem consumidores plurais, com dife- rentes necessidades e, para isso, utilizar os concei- tos do Desenho Universal é fundamental. Só assim o setor moveleiro produzirá peças que promovam mais acessibilidade de fato”, destaca Carolina. Entretanto, ainda de acordo com a arquiteta, de- senvolver ambientes acessíveis para pessoas com deficiência pode ser um desafio maior do que as marcas imaginam. “No início nos deparamos com a falta de especificação de produtos e materiais que atendam os ambientes adaptados”, afirma Carolina, e quando entramos na questão de mo- biliário encontramos mais algumas dificuldades. “Nas lojas temos pouquíssimas opções e, quando encontramos, o design das peças deixa muito a desejar”, analisa a especialista, pontuando ainda que isso reforça a necessidade de desenvolver móveis para cada cliente sob medida, atendendo suas especificidades de maneira harmônica. Outro ponto destacado por Carolina é a impor- tância de pensar nas adaptações do ambiente ainda na fase do projeto, visto que, ao pensar na acessibilidade desde o início, o resultado final acaba tendo um custo menor. “Quando as adap- tações são pensadas na fase de projeto, durante a obra, o custo aumenta em torno de 3%. Já na reforma esse aumento pode chegar a 25%”, explica a arquiteta, defendendo que isso acontece MAIS DE SETE MILHÕES DE PESSOAS APRESENTAM DEFICIÊNCIA MOTORA NO BRASIL PARA DESENVOLVER ESPAÇOS MAIS ACESSÍVEIS É PRECISO PENSAR EM UM DESIGN UNIVERSAL CAROLINA DANIELIAN, ARQUITETA ESPECIALISTA EM ACESSIBILIDADE E AMBIENTES SAUDÁVEIS

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