Móveis de Valor - Edição 221

17 moveisdevalor.com.br braços em cadeiras, poltronas e sofás para que ela possa se apoiar na hora de se sentar e levantar. Nesse caso, a altura do assento também deve ser observada”, explica o engenheiro. “Há uma infini- dade de possibilidades de adaptações. É preciso pensar em móveis que não tenham cantos vivos e mesas com bordas mais elevadas para, se aconte- cer a queda de algum líquido ele não chegue até o chão e não deixe o ambiente escorregadio”, indica Mello, acrescentando que a automação e a meca- nização dos móveis também é essencial. “No caso das cozinhas é preciso pensar em ar- mários mecanizados, que permitam que a pessoa aperte um botão e esse armário desça até um ní- vel no qual a pessoa possa utilizá-lo, sem precisar subir em bancos ou escadas”, continua o CEO. “Já nos quartos, hoje trabalhamos com camas articu- ladas com a mecatrônica, que auxiliam a pessoa a se deitar e a se levantar”, completa Mello, adicio- nando que há uma série de elementos que podem ser implementados com o apoio da bioengenharia aplicada no setor moveleiro para trazer maior acessibilidade para esse público. Atualmente Mello trabalha também com robôs de telepresença, desenvolvidos para automa- tizar residências através de comandos de voz. Essa nova tecnologia permite a realização de videochamadas com familiares, amigos e até mesmo teleconsultas. Além disso, esses robôs conseguem medir a temperatura corporal, a glicemia e a pressão do indivíduo que o utiliza. Outro diferencial é que eles também podem ser interligados com um smartwatch para verificar batimentos cardíacos e saturação, por exemplo. “O robô é um assistente pessoal polivalente que aumenta ainda mais a autonomia e a indepen- dência das pessoas. Já estamos aplicando essa tecnologia em hospitais e em residências para pessoas idosas e tem sido bastante aceita pelo mercado”, comenta o engenheiro. Depois de tantas ideias e possibilidades de adap- tações de ambientes, é preciso trazer essa conver- sa para a realidade do setor moveleiro em relação à acessibilidade. E, nesse ponto, Mello enfatiza que tanto o varejo quanto as indústrias ainda estão despreparados para atender esse nicho da população. “Infelizmente não temos nas lojas nem nas indústrias, móveis de série disponíveis NORTON MELLO, ENGENHEIRO CIVIL E CEO DA BIOENG PROJETOS PARA UMA CASA SE TORNAR ACESSÍVEL É PRECISO PENSAR NAS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DOS MORADORES ROBIO, UM ROBÔ DE TELEPRESENÇA DESENVOLVIDO PARA AUTOMATIZAR RESIDÊNCIAS

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz