Móveis de Valor - Edição 221

18 moveisdevalor.com.br para pessoas com deficiência, então, normalmen- te precisamos pedir para designers desenvolve- rem móveis planejados para atender essa necessi- dade”, conta o engenheiro. “O maior problema do despreparo das indústrias e do varejo moveleiro é que isso torna os projetos muito mais caros. Se tivéssemos uma gama maior de possibilidades já prontas nas lojas, feitas em grande escala, os custos dessas soluções seriam menores”, explica Mello. “O ideal é que a gente tivesse mais móveis produzidos em escala para atender essa população, mas com base em um design universal, ou seja, um móvel que sirva para todos, não apenas para pessoas obesas, ou pessoas cegas ou cadeirantes, mas sim móveis que possam atender a todos”, defende o CEO. Por fim, Mello reforça a importância do merca- do em ter uma visão mais empática com relação a todos esses elementos que envolvem a acessi- bilidade e a adaptabilidade dos ambientes e do mobiliário. “Precisamos pensar em ambientes que todas as pessoas possam utilizar e focar em um design universal, lembrando que exis- tem premissas para que esse design universal aconteça”, afirma o especialista. “Nesse ponto, a experiência do usuário deve ser exaltada e nós (arquitetos, engenheiros, designers de interiores, varejistas e fabricantes do setor moveleiro) deve- mos nos atentar cada dia mais para acolher e abrigar essas pessoas de forma a promover uma convivência mais humanizada”, finaliza. COMO DESENVOLVER AMBIENTES ADAPTADOS? Ao desenvolver os ambientes de uma casa para pessoas com deficiência, alguns pontos precisam ser pensados. É fato que para tornar uma residên- cia verdadeiramente acessível é necessário uma análise mais profunda dos hábitos e necessidades individuais dos moradores. E, a partir disso, é pre- ciso desenvolver soluções que adequem os espaços de maneira mais assertiva, proporcionando mais autonomia, conforto e segurança nas atividades diárias. No entanto, de acordo com a arquiteta Carolina Danielian, há alguns tópicos que não podem faltar na lista quando o assunto é acessibi- lidade de ambientes. Confira quais são eles: 1. Espaço para circulação: os espaços precisam ser adequados com portas e corredores largos, além de móveis bem posicionados de maneira a se ter uma boa área de circulação; CONFIRA O PROJETODE CASA ACESSÍVEL DESENVOLVIDO PELA ARQUITETA CAROLINA DANIELIAN PARA OGUIA DE RODAS 2. Nivelamento de piso: evitar desnível entre os cômodos também é fundamental para propor- cionar mais segurança e autonomia, assim como evitar carpetes que dificultam a locomoção e tapetes que podem causar acidentes; 3. Piso antiderrapante: utilizar em toda casa, mas principalmente em áreas molhadas como banheiro e cozinha; 4. Móveis com altura adequada: o mobiliário deve ser projetado com altura que ofereça mais autonomia, conforto e segurança para as ativi- dades do dia a dia, levando em consideração os acabamentos, evitando as quinas e elementos que possam causar acidentes; 5. Banheiro confortável: esse ambiente precisa de uma atenção especial. O banheiro tem alguns itens indispensáveis para garantir segurança, au- tonomia e conforto a usuários: além do piso anti- derrapante, as barras junto ao sanitário e no box são essenciais. A altura da bancada da pia deve ter uma atenção especial, assim como a remoção da mobília embaixo da bancada, para permitir a aproximação da cadeira de rodas; 6. Iluminação: não esqueça que uma boa ilumi- nação é um item que não pode ser deixado de lado na hora de desenvolver um ambiente com mais acessibilidade.

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