Móveis de Valor - Edição 221

55 moveisdevalor.com.br da renda foi destinada ao setor de bens durá- veis”, ressaltou. Ainda conforme Lelis, o varejo deve crescer em torno de 1% no início de 2023, mas até lá, se vê quedas no volume de vendas. Os empre- gos formais também tiveram uma desacele- ração muito forte neste ano, se comparados ao salto registrado em 2021. Forammais de 17 mil no ano passado, contra menos de mil neste ano. De qualquer forma, Lelis destacou que o Rio Grande do Sul mantém a estabi- lidade, sendo um dos motivos o fato de que é o Estado que melhor paga os trabalhadores, à frente de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Paraná. GUERRA COMPLICOU MAIS Rodolfo Margato, economista da XP, frisou que o desequi- líbrio entre oferta e demanda levou a inf lação a patamares elevados, em cerca de 10% nos Estados Unidos, Zona do Euro e Reino Unido, algo que só se via em eco- nomias emergentes. “Costumo comparar a inf lação à febre no organismo humano. Ela é um sinal de que tem alguma coisa errada. Num primeiro momento pode ser que foi de 63%, atingindo US$ 243 bilhões. Além disso, durante a pandemia, foram abertos 2.623 novos postos de trabalho. Em 2022, no primeiro semestre, o faturamento aumentou 5,1% com relação ao mesmo período do ano passado. Já se comparado a 2019, o crescimento foi de 64%. Durante o Congresso Movergs, os economistas Marcos Lelis, da Unisinos, e Rodolfo Margato, da XP Investimentos, falaram, respectivamente, sobre os dados do setor moveleiro e as perspec- tivas para 2023, focadas nos impactos macroe- conômicos sobre o setor. Lelis apresentou informações sobre o mercado global de exportações, varejo, importações e geração de empregos. Conforme ele, o Brasil figura entre os principais produtores de mó- veis, ocupando a 16ª posição mundial, porém, registrou uma retração nos últimos 10 anos, de 2,4% em 2012, e de 1,5% em 2022. A lideran- ça é da China, seguida pelos Estados Unidos, Índia, Itália e Alemanha. Destes, entre 2012 e 2022, somente China e Índia registraram cres- cimento na produção de móveis. Com relação ao varejo, o economista desta- ca que os maiores compradores de móveis são Estados Unidos, China, Alemanha, Reino Unido e Japão. Neste quesito, o Brasil ocupa a 12ª posição. Quando o assunto são as exporta- ções, China, Polônia, Vietnã, Alemanha e Itália ocupam as cinco primeiras colocações. O Brasil aparece na 26ª colocação. No tocante a impor- tações de móveis, Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Holanda figuram entre os maiores. O Brasil aparece na 62ª posição. Este é o único quesito em que a China não está relacionada entre os dez primeiros. RETOMADA FORTE Com otimismo, o economista da Unisinos enfatizou que o cenário nacional teve uma retomada muito forte no período pós-pandêmico, em praticamente todos os setores. Omoveleiro, em especial, contou com fatores que contribuíram para que não sentis- sem com tanta força os impactos negativos. “Ficar em casa fez com que as pessoas dessem atenção es- pecial aos seus ambientes. Diante do fechamento do setor de serviços, dos impedimentos em viajar, em frequentar restaurantes, entre outros, grande parte ROGÉRIO FRANCIO, PRESIDENTE DA MOVERGS: “NÃO FICAMOS PARADOS DURANTE A PANDEMIA” MARCOS LÉLIS, ECONOMISTA DA UNISINOS: “O ISOLAMENTO AJUDOU O SETOR DE BENS DURÁVEIS” RODOLFO MARGATO, ECONOMISTA DA XP: “EM 2023 DEVEMOS TER RECUPERAÇÃO DO VAREJO”

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