Móveis de Valor - Edição 221

56 moveisdevalor.com.br não se identifiquem as causas e que se pense que pode passar logo. Mas o tempo tem pas- sado e a percepção é que não está cedendo. A pandemia foi a res- ponsável pelo grande choque. Porém, outro fator, registrado no início de 2022, que praticamente nin- guém esperava, foi a Guerra na Ucrânia, que persiste e pressio- na ainda mais a infla- ção”, contextualizou o economista. Ele alertou que o ca- minho da desinflação não será fácil e que provavelmente os ju- ros vão continuar su- bindo por mais alguns meses nos Estados Unidos e na Europa, a patamares acima do que era visto antes da pandemia. “Na XP não projetamos contração da atividade econômica mundial, mas um crescimento mais lento. Acredi- tamos que ao longo de 2023 haverá uma desinflação global. As moedas estão enfra- quecendo em relação ao dólar, mas o Real está aguentando bem. Para 2023, gradual- mente devemos ter uma recuperação do varejo”, comentou o economista. EMBALAGEM É UM PROBLEMA Trazendo uma visão SANTIAGO ANTORANZ PONS, MADEIRAMADEIRA: “É PRECISO PENSAR COMO O CLIENTE” LUIZ FELIPE PONDÉ: “REFLEXÕES HUMANIZADAS SÃO VALIOSAS PARA O MEIO CORPORATIVO” LUIZ JUSTO: “VOCÊS NÃO VENDEM APENAS MÓVEIS. É PRECISO ENTENDER A PROPOSTA DE VALOR” do mercado – desde a produção até o relacio- namento com clientes, o vice-presidente de desenvolvimento de produtos da MadeiraMa- deira, Santiago Antoranz Pons, apresentou o case Cabecasa, marca autoral do grupo. Entre os insights, Antoranz ressaltou que o processo de embalagem é ainda muito industrial e focado na capacidade da indústria. “Temos que entender qual é a melhor forma de embalar o produto e pensar na logística até a etapa final, focado no varejo. Pensar como o cliente. O processo de venda não acaba quando o cliente recebe o pro- duto”, segundo ele. Destaque, ainda, para a consideração sobre o poder dos dados, que, segundo Antoranz, são de grande importância para solucionar problemas, criar e otimizar produtos, fazer protótipos, testar vendas, entre outras aplicações que bene- ficiam o desempenho das empresas. REFLEXÕES HUMANIZADAS Com uma abordagem sociopolítica, o filóso- fo Luiz Felipe Pondé mostrou que ref lexões humanizadas podem ser valiosas para o meio corporativo. Discutindo o desafio da mudança, Pondé frisou que não existem soluções imedia- tas. Às vezes, elas aparecem no desenvolvimen- to do processo. “O mundo corporativo é uma unidade social sob forte controle. É um dos territórios mais investigados e onde você tem percepções mais claras sobre problemas e como solucioná-los”, ref letiu. ECONOMIA DA EXPERIÊNCIA O encerramento do evento ficou com o CEO do Rock in Rio, Luis Justo, que focou na economia da experiência. Durante sua fala, relembrou a trajetória do festival criado por Roberto Medi- na em 1985 – hoje o maior do Brasil, reunindo os principais artistas do planeta. “Quando cheguei, achei que nosso negócio fosse vender ingressos. Hoje a proposta de valor do festival é proporcionar experiências inesquecíveis atra- vés da música e do entretenimento. É difícil entender a proposta de valor, pois muitas vezes ela é confundida com produto ou serviço. Vocês podem pensar que vendem apenas móveis, mas não é verdade”, completou Justo com uma provocação para que os participantes ref litam sobre o posicionamento das suas empresas.

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