Móveis de Valor - Edição 221

75 moveisdevalor.com.br “Meus móveis possuem uma visão artística e ne- cessitam de uma produção artesanal em conjunto com a automação, por isso mesmo que fazemos essas séries editadas em que podemos mudar as listras ou as cores para estabelecer uma nova pa- dronagem, assim as peças podem ganhar aspectos diferentes: jovem, clássico e retrô”, explica Marton. Ainda sobre o lado artístico de seus móveis, José Marton reforça que sempre teve a preocupação de torná-los funcionais. “Não é só arte, fui criado dentro da indústria e gosto dessa mistura. Sei que as pessoas às vezes têm resistência a móveis mui- to coloridos e que não conseguem entender como ele funcionaria num ambiente, mas o objetivo é criar algo que seja funcional e marcante, demons- trando sua força”, complementa. O artista visual revela que o público que compra seus móveis é bem diverso. “Geralmente são pes- soas de 35 a 60 anos, mas o que elas têm em comum é bastante personalidade e uma casa montada. Também tem os colecionadores que acabam com- prando várias peças e as colocam emmais de uma de suas casas, a decoração é o grande interesse”. Já sobre suas inspirações, Marton conta que às vezes basta uma palavra para que ele comece a pensar em seu próximo projeto. “Eu converso muito antes de qualquer projeto, são várias coisas que podem ser referências para criar um objeto, tanto no design de móveis quanto na cenografia”. Ele até aproveita para dar como exemplo a sua coleção Entrelinhas. “Ela foi totalmente influen- ciada pela moda, eu não via móveis estampados e quis trazer isso para esse universo. Ao observar chapas formando uma padronagem, criei uma matéria-prima maciça, que é o já citado acrílico listrado, base para a coleção”. “Acredito que os diversos conhecimentos que ad- quiri explorando todas essas minhas facetas me faz conseguir criar peças mais artísticas e também aquelas que podem ser feitas com produção em esca- la”, avalia José Marton. Aliás ele faz uma observação importante sobre o que vê para o futuro. “Acho que estamos caminhando para a personalização e até para a criação em parceria com o próprio consumi- dor final. Cada ser humano é único e quer algo que evidencie isso. O que ainda precisa ser bem planeja- do é a logística, para que isso se torne funcional”. BUFFET VANILA O GRANDE DIFERENCIAL DE MARTON ESTÁ JUSTAMENTE NO USO DO ACRÍLICO LISTRADO GAVETEIRO ARAPUCA Agora falando so- bre o seu próprio futuro, o artista visual revela que seu grande dese- jo é ter uma loja que comercialize produtos cria- dos em escala industrial com design assinado. “Ter uma loja própria seria a possibilidade de entregar esses produtos com um preço mais acessível. Ainda estou planejando tudo, mas o objetivo é fazer uma loja hibrida que foque no público e ofereça peças de acordo com o gosto dos clientes e, para isso, é preciso entender bem o brasileiro e sua relação com os acabamentos. Digo que po- demos fazer produtos que são desejados ou fazer mais do mesmo entregando aquilo que é consu- mido só por necessidade”, analisa. (Por Natalia Concentino, jornalista)

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