Móveis de Valor - Edição 222

61 moveisdevalor.com.br RENATO BERNARDI, DIRETOR DE INOVAÇÃO DA FIMMA INOVA ELIANE ZANLUCHI, CRIADORA DO MÉTODO WAKE BE MAKE cultura de inovação em cada empresa. Uma missão tremendamente penosa, pois trata de algo que não se pode ver, tocar, que engana nossa percepção. É intangível. Um desafio e tanto em setores habitua- dos ao mundo palpável, material, explícito. DERRUBARBARREIRAS Na Fimma de 2020, Bernardi lembra que a ideia era criar um produto novo, algo como uma “es- cola de inovação”. Nesse momento entra em cena Eliane Zanluchi, criadora de uma metodologia original, o Wake Be Make (WBM), cuja proposta é implementar grupos de inovação dentro das empresas. A novidade foi lançada no Fimma Inova, de modo que fosse um produto no qual todas as empresas da cadeia fossem envolvidas, independentemente da feira. OWBM é ummétodo simples e prático que traz em sua essência o processo da inovação, tendo como ponto forte reconhecer as emoções das pessoas envolvidas. Costumam ser elas, afinal, as respon- sáveis pelos comportamentos que travam ou dão velocidade aos movimentos e mudanças. É baseado em conceitos como Inovação Consciente, Design Thinking, Teoria U e Teoria da Produtividade. “Eu percebia que os métodos e ferramentas relacio- nados à gestão estratégica, inovação e transforma- ção digital podiam ser mais bem conectados, para uma melhor solução às organizações”, comenta Eliane, acrescentando que o WBM é a soma de duas décadas de conhecimentos e práticas junto ao mercado e empresas. Montar times de inovação é lento e trabalhoso, mas é preciso acreditar que vai trazer frutos no futuro, sem levar em conta o porte. Uma das condições é que não seja imposto hierarquicamente de cima para baixo – embora o apoio gerencial seja essencial para que a disrupção aconteça. As mudanças costu- mam acontecer de forma mais rápidas em empre- sas de pequeno porte, em função do envolvimento direto do dono. Bem diferente de companhias maiores, na qual a tarefa é entregue a pessoas sem voz, força e poder de decisão. PORDENTRODOWBM Na prática, a empresa passa por uma fase inicial profunda de reconhecimento interno e do seu mercado. Identifica o que precisa mudar e, através das ferramentas da inovação, implementa as estratégias e ações. Envolve a direção estratégica, marketing, design, comercial e pro- dução. Reforçando que cada etapa perpassa pe- las emoções humanas de cada integrante. Há dois pré-requisitos ao optar pelo WBM: a pri- meira é ter vontade ou necessidade de mudar; a segunda é estar aber- to para diferenciar-se. Ométodo é customi- zado às necessidades da empresa e realizado de forma colaborativa. E sua orçamentação envolve o tempo para implementação neces- sário; objetivos da em- presa e disponibilidade de recursos internos para alcançá-los; e o time interno de suporte ou busca de pessoal ex- terno. “Ele propõe uma mudança de mindset e de cultura organizacio- nal, consequentemen- te”, salienta Eliane. Os resultados começam a aparecer quase ime- diatamente a sua im- plantação. “A partir da mudança de mentalida- de, os comportamentos são outros. Inclusive já aconteceu de os resul- tados acontecerem após a reunião de apresenta- ção da proposta, antes mesmo de fecharmos o contrato. Mas a média para implementação é de três meses”, informa.