Móveis de Valor - Edição 222
78 moveisdevalor.com.br ENTREVISTA Legados da pandemia para o setor D esde 2020 o mundo vem vivenciando as conse- quências de uma pandemia jamais imaginada. Todos os setores tiveram perdas e alguns ainda não conseguiram se recuperar dos estragos. O setor moveleiro, embora tenha reduzido o ritmo no início do período, logo retomou o fôlego, já que o “fique em casa” e o home office trouxeram um novo olhar para dentro das casas, com um up nas vendas de móveis. Em paralelo, a falta de matérias-primas e insumos foi uma pedra no sapato das indústrias. Nesta entrevista à Móveis de Valor, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Irineu Munhoz, trata sobre as dificul- dades e os ganhos no período, faz um balanço da economia nacional nos últimos anos e destaca as perspectivas para 2023 que se aproxima. Móveis de Valor • Como avalia 2020 e 2022 em rela- ção a oportunidades de crescimento para o setor? Irineu Munhoz • Entre as oportunidades, no merca- do interno, estima-se que uma parte considerável das empresas que adotaram o home office como regime de urgência não retornaram ao modelo presencial ou adotaram de vez o modelo de trabalho híbrido, exigindo, assim, a adaptação definitiva dos ambientes residenciais para as atividades de traba- lho remoto. Sem dúvida, essa foi uma oportunidade para o setor, commarcas e profissionais do design rapidamente encontrando alternativas para atender a esta nova demanda. O setor da construção civil é outro que proporcio- nou impacto substancial nas vendas de móveis. O “boom” das obras e reformas que começam a ser concluídas e entregues deverá impulsionar as compras para mobiliar estes espaços. Não à toa, apesar do período de estabilização das vendas de móveis, frente às bases compa- rativas muito altas no ano passado, o volume produzido pela indústria brasileira de móveis e colchões em agosto foi de 34,1 milhões de peças. Um aumento de 9,3% em comparação com julho e com o melhor desempenho do setor em 2022, superando a produção do mês de maio, quando foram fabricadas 32,6 milhões de peças. O comércio exterior também se consolidou como outra grande oportunidade para a indústria, que viu as exportações crescerem na casa dos 50% em 2021 frente a 2020. Atividade que continua em rit- mo bastante favorável em 2022, com a indústria de móveis e colchões exportando a US$ 564,6 milhões apenas entre os meses de janeiro e agosto deste ano. Enquanto ainda enfrentamos cenários incer- tos na economia nacional e mundial, bem como nas cadeias de abastecimento globais, seguimos Por Mônica Rachele, jornalista
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