Móveis de Valor - Edição 223

89 moveisdevalor.com.br de materiais naturais como a madeira, que tem vida, é aconchegante e única. Recentemente tenho feito muita coisa em pedra e me encantando com a leveza que podemos dar a uma matéria-prima tão bruta”, confessa. Quando questionada sobre seu principal objetivo ao desenhar ummóvel, Roberta Rampazzo é clara: “Gosto da ideia de saber que estou desenhando um objeto que vai contribuir para o bem-estar físico e emocional de alguém. Nossa casa é um reflexo do nosso interior e somos muito mais influenciados do que imaginamos pelo ambiente onde estamos. Quando crio uma peça, a emoção é fator presente em todas as etapas. Tenho uma ligação afetiva com cada uma de minhas peças, com cada processo e cada lembrança que elas me trazem e procuro refletir isso no meu design”. Sobre o futuro, Roberta comenta que se vê atuando em diversos projetos. “Gosto de enfatizar que traba- lho com design e criação não apenas de móveis. Re- centemente tenho desenvolvido produtos, com dife- rentes empresas, que não são de mobiliário”, afirma, destacando seu projeto mais recente emmobiliário que, inclusive, foi premiado. “A mesa Fill the Gap foi premiada pelo Italiano A Design Award e a mesa Turning Point, que fiz com exclusividade para a Fir- ma Casa, foram as últimas peças que lancei. Ainda nesse semestre lanço uma linha de Cobogós e mais alguns outros projetos, ainda confidenciais”. Ela ainda faz uma análise sobre o futuro da pro- fissão como um todo. “Não só o design como toda a indústria está começando a passar por uma grande revolução, que é a inteligência artificial. Portanto, o futuro ainda é muito imprevisível e ou- sado, mas acredito sempre que mudanças trazem coisas boas e fico animada com as novas possibili- dades que o design sofrerá”, finaliza. (Por Natalia Concentino, jornalista) com muitos designers e empresas e, consequen- temente, esses contatos fazem parte das minhas parcerias de hoje em dia”, afirma. Ela ainda aproveita para explicar como consegue manter o sucesso dessas parcerias. “Com o acesso à tecnologia cada vez maior, fica fácil manter a pro- dução das peças com as empresas que já conheço a qualidade e o processo de produção. Inclusive, faço muito acompanhamento de protótipos à distância e, quando necessário, vou ao Brasil”. A designer fala que sua mudança para a capital da Inglaterra foi mais uma escolha pessoal do que profissional, mas que, por se tratar de uma cidade europeia cosmopolita e vanguardista, é um bom lugar para desenvolver sua carreira internacio- nal. “Acho Londres uma cidade que soube manter como nenhuma outra a sua história e ao mesmo tempo ser supermoderna e atual. Essa mistura me fascina e me abre muito a mente. Além do acesso às informações, e também da possibilidade de estar conectada com o que está acontecendo na Europa, em geral”, completa Roberta. Por falar em abrir a mente, Roberta Rampazzo é uma designer de muitas referências estéticas consagradas, o que fica perceptível em seu trabalho. “Gosto de muitos designers e estilos, mas posso ci- tar alguns movimentos como preferidos. Art Deco, Modernismo, Bauhaus... todos me influenciaram na sua estética e na sua simplicidade. Acredito que li- nhas puras, mas com um toque de ousadia são uma grande combinação. Baseado nisso criei a mesa Ilusão, uma peça visualmente muito simples e mini- malista, mas com um jogo nos pés muito intrigante”. Já sobre materiais, a designer enaltece a madeira, porém diz que não gosta de se limitar. “Cada um tem uma beleza e um ponto forte. Ainda quero explorar muitos outros, mas confesso que sou fã A MESA ILUSÃO FOI PREMIADA PELO A DESIGN AWARD E GERMAN DESIGN AWARD NOMINEE MESA TURNING POINT, CRIADA COM EXCLUSIVIDADE PARA A FIRMA CASA

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