Móveis de Valor - Edição 224
24 moveisdevalor.com.br fácil reclamar do mercado que agir para moder- nizar o negócio”, diz. É difícil prever o prazo para que o mercado se profissionalize e comece a dar resultados. “Se considerar os dois anos de pandemia, vê-se que empreendedores que se mexeram logo no início já estão colhendo frutos. No setor moveleiro tivemos um boom de vendas assim que o isolamento social obrigou as pessoas a ficarem em casa e precisaram rever o conforto de seus lares. Quem aproveitou o aumento de demanda para vender mais, perdeu a chance de se modernizar. Quem usou o tempo para reinvestir e se transformar, focado no novo consu- midor, já está colhendo efeitos. Então, se pegarmos esse exemplo como modelo, podemos dizer que dois anos é um prazo realista para colher primei- ros frutos”, sugere Baldacci. DESENVOLVIMENTO ESTRUTURADO Para o diretor da Friedman, empresas que apre- sentam maior sucesso no mercado americano são aquelas que possuem programas de desen- volvimento bem estruturado, que valorizam cada vez mais o fator humano dentro das lojas físicas. Ficou claro que elas precisam ter funcionários como primeiros promotores de seus negócios. Para que isso aconteça, estão investindo tempo em definição de estratégias de gestão de pessoas. “Esse é o primeiro e principal investimento: ter estratégia de qualificação e retenção de talen- tos, promovendo verdadeiros embaixadores da marca”, assegura Baldacci. Ele lembra que no Brasil há uma baixa qualificação da mão de obra disponível e pouco investimento das empresas na qualificação dos funcionários. “O empresá- rio brasileiro não pode pensar em treinamento como sendo custo. Qualificar a equipe é investi- mento e, cada vez mais, acessível”, evidencia. Baldacci aponta que há diversos conteúdos gratuitos que podem fazer parte de um progra- ma de desenvolvimento para as equipes, mas não adianta esperar que as pessoas acessem. “A responsabilidade do varejista é dedicar tempo para estabelecer sua estratégia de qua- lificação de pessoas e definir, quem, quando, como e quais os resultados devem ser obtidos. Assim ele treina, avalia e enxerga o bom retor- no que treinamentos promovem”, conclui. Tem varejo e tem comércio. A distinção quem faz é Guilherme Baldacci. Para ele, alguns pequenos empreendedores do varejo ainda não conseguem entender a força que o setor varejista tem na economia de um país. Esses estão operando 'no comércio', algo local e menor. Geralmente, veem outros operadores como concorrentes ameaçado- res ao invés de olharem como empresários parcei- ros para fortalecimento de pequenos varejistas, pondera o consultor. Aqui estão sugestões para esses empreendedores: 1 • Estudar mais as tendências de consumo e mu- danças dos hábitos do mercado consumidor para identificar se a operação está alinhada com a dinâ- mica da jornada de compras dos consumidores. 2 • Mudar o modelo mental, focado em si, para um modelo focado no cliente. Buscando informa- ções sobre seu negócio, pautado no que o cliente está falando. 3 • Valorizar as pessoas da equipe como principal estratégia de qualidade do atendimento. Afinal, são eles que atendem os clientes da loja. As pes- soas da equipe são os primeiros promotores ou detratores de uma Marca/Operação. 4 • Tomar decisões sobre dados objetivos, indi- cadores de desempenho do negócio. Ter controle absoluto dos números. 5 • Investir na qualificação das pessoas e fazer ações de retenção de talentos. Fonte: Guilherme Baldacci, sócio-diretor da Friedman RECEITAPARAFAZERAMUDANÇA
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