Móveis de Valor - Edição 226
22 moveisdevalor.com.br Renda, endividamento e desemprego balizam os próximos passos do varejo A ECONOMIA BRASILEIRA ESTÁ NO CENTRODOS DEBATES SOBRE O COMPORTAMENTO FUTURODO CONSUMIDOR. PESQUISA CONSUMER PULSE REVELA CERTOOTIMISMO POR PARTE DA POPULAÇÃO O Brasil passa por ummomento complicado com a junção do endividamento dos consumi- dores em alta, a renda das famílias em baixa e o risco de o trabalhador ficar sem emprego. Esse é o pior dos mundos para fabricantes e lojistas de mó- veis. No ambiente de negócio são incertezas pertur- badoras. Afinal, Economia é uma ciência que trata basicamente de dois movimentos: de aquecimento e de retração do mercado, ambos analisados sob a ótica das percepções. Se houver sensação de cresci- mento, o mercado reage e o consumo aumenta, mas se o entendimento é o inverso, o mercado entra no modo encolhimento e o consumo evapora. A vilã da história é a inflação. Todo mundo concor- da que a pior coisa que pode ocorrer em uma eco- nomia é ela estar fora de controle. E que o remédio para trazer os preços de volta para um patamar normal, via taxas de juros atual, sufoca a economia. “Juros elevados, assim como os antibióticos, fazem mal e tem efeitos colaterais, mas se não tomar antibiótico a pessoa pode morrer”, compara Juran- dir Sell, doutor em Finanças Comportamentais, complementando que, não por acaso, os agentes Por Guilherme Arruda, jornalista convidado ECONOMIA financeiros estão sendo extremamente cautelosos e seletivos na concessão de crédito. Fábio Guerra, diretor da F12 Consultoria, de Caxias do Sul (RS), lembra que a maioria do varejo (95%) tem repassado o risco financeiro para uma financeira. “Não há medo de vender com cartão por causa do suporte da instituição financeira. Se o cliente não pagar, o problema não é do lojista, é das instituições financeiras. Por mais que as taxas de ju- ros estejam altas, quemmais ganha são as institui- ções financeiras. O PIX é uma outra saída, porque é uma ordem de pagamento à vista, principalmente para compras de menor valor”, explica Guerra. “Estamos vivendo um momento difícil e o com- portamento do consumidor vai mudar em relação a renda, ao endividamento e ao fantasma de ficar sem emprego. Natural que mude”, continua Juran- dir. O especialista recorda que durante a pandemia as pessoas não puderam viajar ou frequentar bares e restaurantes e direcionaram as compras para bens de consumo, gerando desemprego de um lado e endividamento de outro. “Hoje vivemos uma
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