Móveis de Valor - Edição 226
27 moveisdevalor.com.br impactados durante a pandemia”, exemplifica Gisele. “Quando o segmento moveleiro reagiu no segundo semestre de 2020, a demanda cresceu e a oferta ficou abaixo do esperado, elevando os preços”, continua a presidente, acrescentando que esse movimento é natural, de ajuste de mer- cado e, também, causado pela redução da infla- ção, que recuou em 2022 e segue em queda. Por outro lado, o presidente do SIMA acredita que há um movimento oscilante em preços de matérias-primas que compõem a produção de espuma para estofados e colchões, mas que não se estabilizam ao ponto de poder gerar impacto permanente na formação de preços. “Nenhu- ma matéria-prima relevante na composição de custo dos produtos está com preços menores do que os praticados em 2022”, garante Aquino. IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS Segundo Gisele, tomando como base o primeiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo perío- do de 2022, não se observa nenhum movimento diferente nas importações. Já nas vendas para fora do país, especialmente quando se trata de insumos de madeira, houve uma redução das exportações em quase um terço, o que é repre- sentativo e pode justificar, mesmo que parcial- mente, a queda dos preços. “Esse movimento acompanha o que ocorreu nas exportações brasileiras de móveis, cuja queda superou 15% no mesmo período. Fica a sensação de que o mercado interno para o moveleiro está inician- do um processo de reação, mas isso só poderá ser confirmado no decorrer do ano”, comenta a presidente do Sindmóveis. Já o presidente do SIMA também não observa mudanças no volume de exportação de matérias- -primas utilizadas para a produção de móveis em 2023. “Continuamos exportando um volume pequeno. Quanto à importação, signi- ficativamente temos importado tecidos, compo- nentes para a produção de espuma e acessórios de metal e plástico, como dobradiças, corrediças e mecanismos de movimentação”, conclui Aquino. IMPACTO DO PREÇO NAS INDÚSTRIAS Para Vitor Guidini, diretor comercial da Cimol Móveis, ao comparar o momento atual com a época da pandemia não houve recuo nos custos dos insumos. “O que acontece é que esta- mos em um momento de mais oferta do que procura, e um merca- do na ponta morno, e isso acarreta possibili- dades de negociações específicas com alguns fornecedores, buscan- do sempre redução de custos”, explica o diretor. “O mercado de mó- veis em geral está com uma demanda baixa, ou mediana em alguns nichos, e tendo uma oferta de produtos aos lojistas muito maior do que a demanda da ponta pode afetar muito, no momento de juros altos e crédi- tos limitados demais, as vendas e a guerra de preços no merca- do”, continua Guidini. Sobre importação de insumos, o diretor comercial comenta que a Cimol decidiu começar a testar essa possibilidade. “Neste próximo mês, ire- mos iniciar um teste, importando alguns insumos específicos e de grande importân- cia em nossos produ- tos para fazer uma comparação do estu- do que fizemos para a prática”, adianta Guidini, destacando que na realidade de mercado atual, im- portar alguns insu- mos vale a pena. VITOR GUIDINI, DIRETOR COMERCIAL DA CIMOL MÓVEIS
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