Móveis de Valor - Edição 226

30 moveisdevalor.com.br pela China. “Tendo em vista o trabalho que esta- mos fazendo com o setor e a relevância do Brasil expandir as exportações de móveis para essas regiões, o projeto setorial Brazilian Furniture rea- lizará uma missão prospectiva na Índia ainda este ano", adianta a analista da ApexBrasil. Fábio também concorda que a principal atenção seja por preços mais competitivos. “Os custos dos nossos produtos subiram muito desde o pe- ríodo da pandemia, enquanto o poder aquisitivo ainda se encontra bastante comprometido na maioria dos mercados pela questão da inflação. Felizmente os fretes internacionais, que foram um grande problema desde o início da pande- mia, estão gradativamente retomando níveis mais competitivos, porém é uma redução que também está acontecendo para a nossa con- corrência internacional, então juntamente com os fretes mais competitivos, uma redução nos custos das mercadorias ajudaria muito as nossas exportações”, aponta o diretor da FB Export. “Um ponto negativo levantado inclusive por muitos importadores que já tiveram contato com fornecimento do Brasil, é a nossa volatilidade cambial e instabilidade de preços gerada por ela. Isto acaba desencorajando muitos compradores a investirem no desenvolvimento das suas com- pras no nosso país”, assinala Fábio. Em relação aos produtos, também é necessá- rio entender melhor estes mercados, alerta o diretor da FB Export. “Há espaço em algumas categorias para fornecermos o que tradicional- mente o Brasil já exporta para América Latina, América do Norte e Europa, porém, em várias categorias é necessário o desenvolvimento ou adaptação dos produtos para a realidade destes mercados”, indica. “Apesar de tudo, acredito que a nossa imagem como país fornecedor não seja ruim. Há ainda, como citado, um desco- nhecimento por parte de muitos importadores sobre a dimensão e potencial da indústria mo- veleira brasileira, e sem dúvida quanto melhor a imagem e menor a percepção de risco, mais abertura teremos”, conclui. Embora o potencial de 1 bilhão de novos con- sumidores não aconteça amanhã, a hora de agir é agora. ÍNDIAÉABOLADAVEZ PARACOMPRAS Em uma década encerrada em 2022, o saldo comercial do Brasil para com o grupo formado por Etiópia, Bangladesh, Índia, Egito, Filipinas, Nigéria, Quênia e Indonésia acumula um déficit de US$ 191 milhões, resultado de exportações de US$ 30,6 milhões e importações de US$ 221,7 milhões. Em 2022, a venda de móveis para o grupo somou US$ 2,8 milhões, ou 0,3% do total negociado pela indústria moveleira no ex- terior. Já as importações totalizaram US$ 30,9 milhões, 4,5% das compras totais efetuadas em idêntico período. Ano passado, 55% das importações feitas nos oito países foram para o estado de São Paulo, US$ 16,9 milhões (seguido do Paraná com US$ 11,4 milhões), correspondendo a 37% do total trazido de fora. A concentração das importa- ções está em apenas duas regiões: Sudeste, com 58%, e Sul, com 40%. A Índia desponta como o principal centro de compras de móveis entre os integrantes do grupo de oito países. Em 2022, foram importados US$ 29,1 milhões, 94% dos negócios totais do grupo. Em relação às exportações, a pequena Guapiaçu, perto de São José do Rio Preto (SP) de apenas 22 mil habitantes e PIB Per Capita de R$ 33 mil, apareceu com força em 2018 nesses mercados e, passado a pandemia, retomou praticamente o mesmo patamar de antes. Ano passado, passou Arapongas (PR), dona habitual da primeira po- sição na década, com exportações de US$ 539,1 mil. Em 2021 exportou só US$ 38 mil.

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