Móveis de Valor - Edição 226

37 moveisdevalor.com.br bastante acessíveis e juros inferiores em relação aos brasileiros”, aconselha Poit, acres- centando que há pers- pectiva no médio prazo de queda na cotação tanto do dólar quanto do euro, sendo um bom momento para esse tipo de operação. “A minha dica final para o empresário moveleiro é inves- tir em tecnologia e buscar inovações que sejam obtidas através de sugestões de seus clientes. Procurem ouvir os consumido- res, promovam even- tos, oficinas e rodas de conversa para enten- der suas necessidades e sugestões”, orienta o economista, enfa- tizando que, através dessa interação, certa- mente surgirão ideias muito enriquecedoras para o lançamento de novos produtos. mesas, armários e estantes de boa qualidade e que possam ser usados por muitos anos, ao invés de comprar itens mais baratos e com menor du- rabilidade. “No entanto, isso não significa que os consumidores não estejam dispostos a renovar a decoração de tempos em tempos, mas sim que estão buscando produtos que possam ser utiliza- dos por mais tempo e ofereçam maior valor pelo dinheiro investido”, explica o especialista. INFLUÊNCIA DO PODER DE COMPRA Para o economista Daniel Poit, o poder de compra dos brasileiros vai se manter estável em 2023 e isso vai refletir diretamente nos hábitos de compra da população. “A chance desse índice crescer está na possibilidade do banco central reduzir os juros. Porém, mesmo que isso aconte- ça, não creio que melhore a condição de compra do brasileiro porque o grau de endividamento está muito elevado e as restrições aos créditos pessoais, principalmente para fins de consumo, ainda estão muito acentuadas”, explica Poit. (Leia mais sobre isso na página 22). Ainda de acordo com o economista, essa reali- dade influencia diretamente no setor moveleiro. “A questão dos juros, da renda e da restrição de créditos influi no poder de compra”, reitera Poit. “Mas também tem o fato de que, passado a pan- demia e retomado a circulação social e os encon- tros, muitas pessoas que fizeram investimentos em melhorias em suas casas ou adequação em seus escritórios já não sentem mais a mesma ne- cessidade, então não é um segmento que terá uma perspectiva de rápido crescimento esse ano”, continua o economista. Segundo ele, a saída para isso é tentar buscar mercado externo, especialmen- te América do Sul, países como Chile, Colômbia, México, Panamá e Paraguai, que tem alguma estabilidade econômica nesse momento e que podem se tornar mercados atrativos para empresas bra- sileiras. “Outra saída é buscar alterna- tivas de financiamento internacional. Especialmente aqueles que precisam fazer captação de recursos para investi- mentos novos, podem apostar na busca por organismos internacionais que têm oferecido linhas de crédito com custos DANIEL POIT, ECONOMISTA O PODER DE COMPRA DOS BRASILEIROS DEVE SE MANTER ESTÁVEL EM 2023, DIZ ECONOMISTA

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