Móveis de Valor - Edição 227

15 moveisdevalor.com.br impacto ambiental. E, para isso, a JB Bechara, além de ter reduzido o consumo de energia e de água, também reduziu 50% do seu maquinário e criou um comitê interno de sustentabilidade que promove reuniões mensais sobre o tema de forma a otimizar cada vez mais seus processos. “Há um movimento contínuo dentro da nossa empresa de melhoria em prol da sustentabilidade e isso é traba- lhado mensalmente por nosso comitê, fortalecendo as práticas que acreditamos”, conclui Rodrigo. “Outro ponto importante é que hoje nada que sai da nossa indústria é jogado em esgoto ou na natu- reza, ou seja, tudo dentro dos nossos processos é reciclável", enfatiza o empresário. “Também não podemos esquecer que a sustentabilidade precisa envolver toda a cadeia, não adianta nossa empresa ser sustentável se nossos fornecedores e clientes não forem, esse é um processo que precisa envol- ver todos à nossa volta”, acrescenta o CEO. Neste aspecto, o projeto de lançamento da linha JB Impacto contou com a parceria estreita de forne- cedores como Duratex, Sayerlack e Klabin. FATOR DECISIVO DE COMPRA Ainda de acordo com Rodrigo, pensar em sustenta- bilidade hoje se tornou essencial para a sobrevivên- cia das indústrias. “Esse tópico já é o 4º principal fator de decisão de compra dos consumidores e daqui um ano provavelmente será o 3º”, afirma, destacando que as empresas que não adotarem práticas sustentáveis em breve terão sua sobrevi- vência comercial ameaçada. “E, ao mesmo tempo, se nós não nos unirmos e não pararmos de destruir o mundo em que estamos vivendo, no futuro não vamos ter nemmundo para viver”, enfatiza o CEO. “As pessoas precisam despertar para essa nova rea- lidade. Hoje sustentabilidade ainda não dá dinhei- ro, mas o empresário precisa estar atento porque é uma necessidade mercadológica e tende a ser o fu- turo”, continua Rodrigo. “Os empresários precisam estar atentos e antenados para colocar sua empresa, seus colaboradores e sua história dentro desse novo mundo que é um caminho sem volta”, acrescenta. Por fim, ao ser questionado sobre os próximos passos que a JB dará dentro da nova cultura sus- tentável da empresa, Rodrigo adianta que nesse novo catálogo de móveis que está sendo lançado em 2023, uma parte das vendas será destinada para projetos na Amazônia. Além disso, a JB também planeja ampliar seus projetos ambientais e traba- lhar cada vez mais a ESG. “Omais desafiador é manter essa chama acesa e crescente dentro da or- ganização para que isso possa se expandir para toda nossa cadeia”, conta o CEO. “As empresas precisam deixar de ser empresas do mundo para se tornarem empresas para o mundo”, finaliza Rodrigo. Mesmo não havendo até agora uma legislação específica sobre a logística reversa para móveis e colchões, existem aspectos ambientais que precisam ser seguidos, conforme o que já foi estabelecido em outras leis. “As empresas devem elaborar e implementar planos de geren- ciamento de resíduos sólidos, o PGRS, independentemente de seu segmento, para que eles tenham uma destinação adequada”, comenta Fabrício Soler, advogado especialista em direito ambiental. Ele também diz que é preciso sempre se atentar ao transporte desses resí- duos, já que tudo isso está previsto em lei e as orientações estão disponíveis por meio de uma ferramenta online. Sobre o setor de móveis e colchões, ele avisa que os fabri- cantes devem começar a fazer sua parte, porque acredita que emmédio prazo possa ser feita alguma lei específica. “Diante de todas as discussões, é provável que haja uma legislação ambiental prevendo ações para esse segmento em termos de logística reversa. Várias empresas já estão observando isso e implementando políticas de ESG, o que já ajuda na adequação para o cumprimento de exigências futuras”, pontua. Por hora, moveleiros e colchoeiros também devem se aten- tar especialmente à logística reversa de embalagens, já que existe um decreto sobre a responsabilidade do descarte de embalagens, que recai sobre quem as coloca no mercado, ou seja, o fabricante. E, como a nossa Constituição permite que União, estados e municípios legislem sobre a parte ambien- tal, existem algumas exigências específicas nos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Piauí, que criaram suas próprias leis sobre logística reversa. “Os fabricantes e importadores que colocam no mercado desses estados os seus produtos, sejam eles comprados presencialmente ou pela internet, devem obedecer a essas legislações específicas”, orienta Fabrício Soler. ÉPRECISOSEATENTARÀS LEIS FABRÍCIO SOLER, ADVOGADO ESPECIALISTA EMDIREITO AMBIENTAL

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz