Móveis de Valor - Edição 227

16 moveisdevalor.com.br Descarte de resíduos das indústrias MOVELEIROS DÃO EXEMPLOS DE COMO DESCARTAR SEUS RESÍDUOS INDUSTRIAIS, COM AÇÕES EM DIVERSOS POLOS MOVELEIROS, ESPECIALMENTE EM ARAPONGAS E BENTO GONÇALVES Q uando o assunto é sustentabilidade, os move- leiros estão dando exemplos de como descar- tar os resíduos industriais, práticas que se es- palham por diversos polos Brasil a fora. Dois deles, em particular, se destacam, o de Bento Gonçalves e o de Arapongas, dois gigantes do setor. O Cetec de Arapongas tem o status de ser o pioneiro no reapro- veitamento de resíduos entre os fabricantes de mó- veis. Desde 1982, os empresários são orientados por seus sindicatos sobre como devem fazer o descarte correto de resíduos. Atualmente, 280 indústrias são atendidas, sendo que 95% do que é coletado pode ser reaproveitado e apenas 5% é encaminhado a aterros ou são incinerados. Madeira, papel, plástico, papelão, ferro, alumínio e vidro (dentro de suas classificações) são os resí- duos gerados pela indústria moveleira que podem ser reaproveitados e, a exceção fica para as lixas e restos de produtos químicos (depois de passarem por uma segregação, em que seleciona parte disso para reaproveitamento). Lixas e produtos quími- cos costumam ser levados para aterros industriais, que são opções mais baratas, mas podem também ser incinerados, caso a indústria prefira. O Cetec recolhe resíduos de cerca de 12 cidades, já que no início o Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (SIMA) estava envolvido totalmente no Por Guilherme Arruda, jornalista convidado projeto e essa era sua abrangência. Atualmente, o Cetec é independente e recolhe por volta de 100 mil toneladas de resíduos por ano, num raio de aproxi- madamente 80 quilômetros. “Posso dizer que temos parceria com cerca de 90% dos fabricantes aqui da região”, assegura o sócio administrador do Cetec, José Roberto Pontalti. AÇÕES EMBENTOGONÇALVES Até o início dos anos 1990, materiais como borras de tinta das cabines de pintura e de cromagem, madeiras sujas, serragem de aglomerado e MDF, além de níquel e diversos metais pesados, entre outros resíduos, eram descartados a céu aberto por grande parte das indústrias moveleiras do polo da serra gaúcha. Esse hábito acabava comprometendo os lençóis freáticos. Hoje, cerca de 80% das 1,4 mil toneladas de sobras recolhidas mensalmente de Bento Gonçalves e de Flores da Cunha são transfor- madas em combustíveis para geração de energia, e apenas 20% vão para aterros. Por trás dessa mu- dança de mentalidade está a Proamb - Fundação de Proteção ao Meio Ambiente de Bento Gonçalves. “Naquela época a Fepam – Fundação Estadual de Proteção Ambiental, criada em junho de 1990, exer- cia um trabalho forte de fiscalização, determinando que as empresas tivessem estações de tratamen-

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